“Polícia Federal e Marinha do Brasil dão detalhes sobre operação conjunta que resultou na apreensão e naufrágio do Veleiro River Baby.”

A Polícia Federal em Pernambuco, do Rio Grande do Norte em operação conjunta com a Marinha do Brasil, com coordenação da CGPRE-Coordenação-Geral de Prevenção e Repressão a Entorpecentes/DF, prendeu no dia 18/10/2015, por volta das 2h - PAUL ANTHONY COE, de nacionalidade inglesa, casado, 47 anos, administrador e residente em Portsmouth na Inglaterra-(não possui antecedentes criminais) e GEORGIOS STEFANIS, de nacionalidade grega, sexo masculino, nacionalidade grega, solteiro, 53 anos, marinheiro e residente na cidade de Atenas na Grécia-(não possui antecedentes criminais). As prisões aconteceram em virtude de investigações de rotina contra o tráfico internacional de drogas num navio de nome RIVER BABY de bandeira inglesa com 02 (dois) tripulantes, sendo um de nacionalidade grega e outro inglesa, os quais haviam saído de Recife no dia 15/10/2015, com destino à África, porém tinha tomado outra direção com destino a Europa, logo depois de ter passado por Fernando de Noronha.
Diante dos fatos a CGPRE-(Coordenação Geral de Prevenção e Repressão a Entorpecentes), entrou em contato com a Marinha do Brasil que destacou o Navio Patrulha “Grauna”, subordinado ao Comando do Grupamento de Patrulha Naval do Nordeste (ComGptPatNavNE), para interceptar o referido veleiro, tendo ele partido de Natal/RN na manhã do dia 16/10/2015 juntamente com militares da marinha e 03 (três) policiais federais, os quais interceptaram o veleiro às 8h do dia 17/10/2015. Dentro da embarcação policiais federais e militares procederam uma busca nos cômodos, tanque de água e combustível não tendo sido nada encontrado, porém a estrutura lateral do barco havia sofrido uma espécie de intervenção e alteração sugerindo que a droga poderia estar camuflada nesse local, motivo pelo qual se fez necessário conduzir a embarcação para o porto mais próximo que era o de Recife/PE.
Como não havia flagrante por não ter encontrado a droga, os dois suspeitos foram conduzidos dentro da própria embarcação que seguia a viagem tranquila sob fiscalização quando percebeu-se que uma janela estava aberta entrando água em um dos lados da embarcação já inundando o porão. Tentativas foram feitas no sentido de retirada da água através da bomba, e de baldes, porém esta não funcionou e foi percebido também um furo no caso provocado por uma quebra de conexão do canos. Após algum tempo o estrangeiro grego, GEORGIOS STEFANIS, ligou os motores, alegando diminuição da profundidade por causa das ondas, momento em que começou a sair muita fumaça do compartimento dos motores. Extintores foram usados sem contudo apagar as chamas e diante da gravidade da situação todos foram retirados de dentro do veleiro e levados para bordo do navio patrulha, tendo o veleiro, após algum tempo, explodido em seguida. A Polícia Federal acredita que no momento em que os suspeitos perceberam a abordagem até o momento dos policiais e militares adentrarem a embarcação eles aproveitaram para sabotar a embarcação e provocar o seu naufrágio com o objetivo de livrarem-se do flagrante de droga que estava prestes a ser constatado.
Ao chegar em Recife/PE, uma ambulância da Marinha levou os estrangeiros até o Hospital da Restauração onde foram atendidos e em seguida após alta médica receberam voz de prisão em flagrante foram informados dos seus direitos e garantias constitucionais e em seguida levado para a Sede da Polícia Federal que fica localizado no Cais do Apolo, 321, bairro do Recife Antigo, onde foram autuados por “Causar incêndio em embarcação, expondo em perigo a vida e a integridade física de outrem”(Artigo 250, §1º, inciso II, alinea "c") e caso sejam condenados poderão pegar penas que variam de 3 a 6 anos de reclusão. Também foram apreendidos em poder dos dois estrangeiros 01(um) Notebook, € 6.500 (seis mil e quinhentos euros – ou cerca de R$ 28.600), 11(onze) cartões de visita, 02 (dois) chips de celular, 01(um) pen drive, 04(quatro) celulares, 02(dois) Ipad´s, 01(uma) máquina fotográfica, além de documentos diversos. A Capitania dos Portos de Pernambuco instaurou Inquérito sobre Acidentes e Fatos a Navegação para apurar as causas do incidente, com prazo de conclusão em 90 dias.
Após as praxes processuais os dois estrangeiros foram levados para realizar exame de corpo de delito no Instituto de Medicina Legal-IML e em seguida foram recambiados para a Cotel-Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna, onde ficará à disposição da Justiça Federal. A embarcação também será trazida para o Recife/PE na próxima quinta-feira, afim de que possa passar por uma análise mais aprofundada com vistas a tentar encontrar mais material entorpecente. Tentativas ainda serão feitas no sentido de resgatar alguns destroços da embarcação com o objetivo de ser procedido exame pericial para comprovação das causa que levou a embarcação a naufragar ou até mesmo descoberta do material entorpecente!
Por Informativo Toritamense.