Goleiro do Náutico fala sobre como é ir 'do céu ao inferno' em um jogo Gideão segurou pênalti de Marcelinho Paraíba e impediu gol de Jael no clássico contra o Sport, mas viu Timbu sair derrotado de campo

Por Elton de Castro Recife “Desde que vi aquela bola dentro do gol que penso nisso. Tive dificuldades para dormir”. Quando são ditas por um goleiro frases desse tipo provavelmente estão atreladas a uma falha grotesca. Mas no caso de Gideão a frase foi dita em um contexto diferente. Para ser mais exato, o camisa 1 do Náutico se refere ao gol de pênalti de Marcelinho Paraíba no clássico do último domingo (vídeo ao lado). O ‘paredão’ alvirrubro chegou a tocar na bola, mas não conseguiu impedir o segundo gol do rival Sport. Apesar da dor pela derrota e pela “quase defesa”, Gideão se mostrou satisfeito com a própria atuação. - Fico satisfeito por ter feito uma boa partida, principalmente em um jogo tão importante como clássico. Pena que não conseguimos um resultado melhor, mas é sempre bom ver que você conseguiu desempenhar seu papel. Entre as boa lembranças, uma defesa milagrosa aos 22 minutos do primeiro tempo, quando o atacante Jael saiu cara a cara com ele (vídeo ao lado). Ainda na primeira etapa, aos 34 minutos, Gideão levantou a torcida do Náutico ao defender uma penalidade cobrada por Marcelinho Paraíba (vídeo abaixo). - No pênalti do Marcelinho eu pulei no canto, mas vi a bola no meio do gol e coloquei o pé. Mas em penalidade o atacante não pode fazer outra coisa além de chutar. Já no lance do Jael não. Ele poderia ter tentado o drible, chutado ou ter dado um passe para alguém. Por isso, o lance foi bem mais complicado de defender. Sempre comedido em suas comemorações, Gideão festejou intensamente a defesa da penalidade. Mas, de acordo com o goleiro, a reação não foi uma provocação ao adversário. - Goleiro é muito solitário e tive que comemorar só. Eu sempre sou muito tímido e costumo comemorar após as partidas. Nunca faço muita festa. Porém defender um pênalti durante um clássico não é algo comum. Do céu ao inferno No entanto, nem tudo foi alegria na vida do goleiro. Aos 36 minutos da segunda etapa, Gideão teve a chance de entrar para a história do clássico e assegurar o empate quando o árbitro Ricardo Tavares assinalou outro pênalti para o Sport. - Não consigo esquecer aquele pênalti. Pulei certo, toquei na bola, mas ela acabou entrando. Foi muito complicado dormir. Toda hora eu lembro do lance. Se tivesse defendido o pênalti, teríamos segurado o placar. Infelizmente não deu. A angustia do jogador chegou até sua namorada, Camila, que das arquibancadas dos Aflitos acompanhava a tensão do namorado. Nem mesmo em um passeio durante o dia de folga do jogador, o casal conseguiu tirar a jogada da memória. Desmemoriado confesso, Gideão afirmou que a única coisa que não terá como esquecer é o segundo gol sofrido no clássico. - Tenho problemas de memória, não consigo lembrar do aniversário da minha mãe, da minha namorada e nem de ninguém. Só de um primo meu que completa ano no mesmo dia, mas vai ser difícil esquecer aquele lance.