O DILEMA DE PAULO CÂMARA NA COLUNA DESTA QUARTA-FEIRA.

O governador de Pernambuco Paulo Câmara foi posto por uma saia justa nessa questão do Impeachment de Dilma Rousseff.
É sabido por muitos que Paulo vem tentando amenizar as relações com o Governo Federal, diante da grave crise que o Estado passa, e sabendo ele da importância de uma boa relação institucional com Brasília.
No entanto, o seu partido do qual é Vice-Presidente Nacional, o PSB, desde o rompimento com o PT, vêm marcando posição cerrada na oposição ao governo, tendo poucos caciques no partido que defendam a permanência de Dilma, como Fernando Bezerra e o próprio Câmara.
Após os socialistas decidirem qual será o caminho à ser trilhado no processo de Impeachment, dependendo do desfecho, Paulo terá alguns pontos tanto em favor quanto em seu desfavor.
Se Dilma permanecer na Presidência, conforme sua posição de lealdade e de não opôr-se ao Governo Federal, Paulo talvez ganhará prestígio junto à Presidente e isso reflita numa maior atenção com Pernambuco.
Por outro lado, se acaso isso acontecer, Paulo Câmara, que ainda é novato na política partidária, será voz isolada no PSB, além de ser criticado por correligionários que abraçaram o rompimento com o PT desde o início, deixando o governador num dilema.
Além disso, outra coisa que piora a situação, foram os números da pesquisa que mostram que a maioria dos pernambucanos defendem o Impeachment e rejeita expressamente o Governo Dilma. Isso também deve pesar ao governador quando emitir opinião.
Nesse jogo de razão e emoção, o povo é sempre o que mais sofre.
(POR FILIPE LUCENA)