DILMA ENTRE ERROS E ACERTOS NA ECONOMIA NA COLUNA DESTA QUARTA-FEIRA.

A substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda ainda está gerando especulações nos meios políticos...
e econômicos. A saída de Levy era dada como certa há muito. Levy foi um Ministro com prazo de validade decretado na própria nomeação. Fatores dos mais diversos influenciaram na sua destituição, a começar pela sua rigidez frente ao Pacote Fiscal que pretendeu equilibrar as contas públicas. Aí começa o jogo.
Levy é um engenheiro e economista, cuja formação é baseada no controle dos gastos públicos e levou consigo suas idéias para a pasta. Levy também foi no passado Secretário do Tesouro Nacional e sabe como poucos a importância de contingenciamento dos gastos, sobretudo numa época de crises. Acontece que as sucessivas derrotas internas fez com que perdesse espaço e credibilidade. Mas essas derrotas foram frutos da ingerência política e Levy foi tão vítima quanto vilão.
Várias foram as vezes em que o Ministro discordou publicamente de determinadas manobras do Governo na economia e após declarar-se, era obrigado à mudar seu posicionamento, nos mostrando que seu papel era meramente figurativo. Os governistas sempre o trataram como uma pedra no sapato. Quando assumiu o Ministério sob a promessa de cortar gastos, diminuir a inflação e tentar manter os investimentos externos, Joaquim se tornou um obstáculo aos planos do Governo pelas suas posições. Os programas sociais, que são a vitrine do Poder do PT, foram por ele ameaçados e isso foi fundamental para o descontentamento dos petistas com Levy.
A nomeação de Nelson Barbosa pouco muda o cenário econômico. A recente declaração do Ministro do Desenvolvimento Armando Monteiro corrobora que nada muda. Apenas as pessoas, mas a agenda econômica continua. Na verdade, vemos essa nomeação apenas como uma falta de opção externa. Ora, há um ano atrás ninguém queria ser titular da pasta até a aceitação de Levy. Hoje, a economia brasileira sofre a maior retração dos últimos 80 anos segundos os especialistas. O Governo não dá sinais de mudanças. Desemprego, inflação, baixa no consumo, perda de investimentos externos, ameaça de programas sociais, etc. Esse ano, 2% do PIB foi o valor que custou aos cofres públicos com a política de desoneração implantada por Dilma. Enquanto isso, o Governo permanece com um aparato de 39 Ministérios inoperantes e nós sentimos na pele e no bolso a influência de uma má gestão.
FILIPE LUCENA Acadêmico de Direito