FHC, Arraes, Eduardo e o PT, na Coluna desta Segunda-Feira.

As recentes declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre um suposto apoio de Miguel Arraes à Emenda da Releição, no passado, além de restrições com relação ao PT, demonstra que, independente das divergências políticas, pelos bastidores tudo se revela. O ex-presidente enfatizou a proximidade com a família Arraes durante o exílio, em que o mesmo chegou a lecionar para os filhos do ex-governador na França.
Apesar da histórica aliança dos socialistas e petistas no plano das esquerdas, sempre houve uma clara rivalidade de ambas as partes. Aqui em Pernambuco, a convivência de Arraes com o PT é marcada por altos e baixos, a prova disto foi o apelido atribuído à Arraes, pelos petistas, de "Pinochet de Pernambuco" durante um dos três governos de Miguel a frente do Estado.
Na verdade, se havia um elo de personagens, essa ligação era apenas entre Arraes, Eduardo Campos e Lula. A relação dos dois primeiros com o Partido dos Trabalhadores era institucional.
Não foram poucas as demonstrações de descontentamento e ciúmes de petistas históricos com o tratamento privilegiado com que Lula dispensava ao avô e o neto socialista. Por sinal, Eduardo ao ser escolhido o Ministro mais novo do primeiro governo Lula, também foi seu principal defensor na Câmara quando na efervescência do mensalão, Eduardo foi fiel escudeiro entre dezenas de petistas.
Na campanha presidencial de 1989 a qual Lula era o principal candidato das forças populares, Arraes foi o primeiro líder esquerdista a apoiar Lula e esse apoio teve significativo para a união de idéias durante décadas.
Eduardo foi preparado por Arraes para uma fase pós-petista e o neto soube aproveitar os ensinamentos enquanto viveu.