Os cinco desafios que Vágner Mancini precisa vencer no Sport Na lista de problemas do novo treinador leonino estão a busca por um camisa 10, a reformulação no elenco e o ‘fantasma’ de Nelsinho Batista

Recentemente demitido do Cruzeiro, Vágner Mancini não teve nem tempo de ir à busca do “Seguro Desemprego”. Em menos de uma semana, ele já estava empregado, ao ser anunciado como técnico do Sport, na última quarta-feira. Mas para conseguir sucesso em seu novo desafio, o treinador terá que por fim a crise que se instalou no clube após a derrota para o Santa Cruz, na final do Campeonato Pernambucano. Com a experiência de quem comanda equipes de Série A desde 2008, o novo comandante rubro-negro chega respaldado pela diretoria, mas terá que mostrar serviço para poder conquistar a torcida.
Para ter sucesso na Ilha do Retiro, Vágner Mancini terá que solucionar uma série de complicadores que prometem atormentar seus primeiros dias de trabalho. Sendo assim, o GLOBOESPORTE.COM/PE listou as cinco principais dificuldades que o treinador terá em seu caminho. 1 - A sombra de Nelsinho Baptista
Não tem jeito. Assim que um treinador é apresentado como novo técnico do Sport, as comparações com Nelsinho Baptista surgem imediatamente. O treinador virou uma espécie de herói rubro-negro após a conquista da Copa do Brasil em 2008. Sua saída ainda não foi digerida pelos torcedores. Para se ter uma ideia da pressão que é assumir o cargo de técnico de Leão, desde a saída de Nelsinho Baptista, em 2009, nenhum outro técnico conseguiu se firmar no cargo. Ao todo, nove treinadores já tentaram, sem sucesso, conquistar o carinho da torcida. Foram eles: Emerson Leão, Péricles Chamusca, Givanildo Oliveira, Toninho Cerezo e Geninho, Hélio dos Anjos, PC Gusmão e Mazola Júnior. 2 - Pouco dinheiro para muita necessidade
O fracasso no Campeonato Pernambucano deixou uma certeza: o Sport necessita urgentemente de reforços. Com um elenco reduzido e sem qualidade, o Leão virou alvo fácil para clubes que atualmente disputa a Série C, como Santa Cruz e Paysandu. Por conta disso, caberá a Vágner Mancini encontrar nomes no mercado que possam lhe ajudar na qualificação do elenco. Porém, apesar de não figurar entre os clubes menos abonados da Série A, o Sport vive um momento delicadíssimo para reformular o grupo, uma vez que atletas de alto nível exigem salários bem diferentes dos aplicados no Estadual. Situação que fez o clube desistir da contratação do meio-campo Hugo, que pediu algo em torno de R$ 300 mil para vestir a camisa rubro-negra. 3 - Sem tempo para erros
Se montar um elenco competitivo não é uma tarefa fácil para quem dirige um clube sem muitos recursos, essa missão fica ainda mais complicada quando isso tem que ser feito durante a competição. Apresentado um dia antes da estreia do Sport no Brasileirão, Vágner Mancini terá que reformular o elenco, treinar um padrão tático e mudar a postura do time já com o campeonato em andamento. O grande problema é que o início da tabela do Leão da Ilha dificulta ainda mais a vida do treinador. Além de enfrentar o Flamengo na primeira rodada, o Leão terá nada menos que Santos, Palmeiras e Cruzeiro na sequência. 4 - A falta de um camisa 10
De todos os problemas que Vágner Mancini terá dentro de campo, talvez o maior seja o fato de não possuir um articulador de jogadas no grupo. Após a liberação de Marcelinho Paraíba, que era considerado o principal jogador do elenco, o Leão ainda não conseguiu encontrar algum atleta que seja capaz de assumir tamanha responsabilidade. Para tentar solucionar o problema, o novo treinador terá que utilizar todo o seu prestígio no mercado para conseguir encontrar um novo maestro. 5 - Reascender o “caldeirão” da Ilha do Retiro
Considerada como uma grande aliada em tempos de glória, a Ilha do Retiro passou a ser um adversário a mais para o Sport em dias de jogos. Após os fracassos na Copa do Brasil e Campeonato Pernambucano, a paciência dos torcedores chegou ao fim e as vaias costumam ecoar na Ilha do Retiro em todos os erros dos jogadores. Mas para mudar o humor dos rubro-negros e fazer o estádio voltar a ser considerado como a Bombonilha, nada melhor do que vencer o eterno rival do clube, o Flamengo, neste sábado. Por Elton de Castro Recife