Éverton Sena mostra personalidade: 'Não abro para ninguém' Zagueiro do Santa Cruz, que está fora das semifinais por conta de uma lesão, diz que não teme duelo com atacantes mais fortes
Sempre acionado para “grudar” no camisa 10 da equipe adversária, o zagueiro Éverton Sena estava saindo da condição de ser utilizado somente na função de “carrapato” coral para conquistar de vez uma vaga na equipe titular do Santa Cruz. Porém, justamente em um treinamento antes do último clássico contra o Sport, Éverton se machucou sozinho, ainda quando se alongava. O prata-da-casa tricolor precisou ser submetido a uma artroscopia para corrigir o menisco (junção entre o fêmur e a tíbia) do joelho direito e ficará afastado dos gramados.
Em recuperação, o zagueiro concedeu uma entrevista ao GLOBOESPORTE.COM/PE e falou sobre o tratamento no joelho, a admiração que desperta na torcida do Santa Cruz e o sonho de jogar em uma equipe de destaque no cenário nacional.
O que passa na cabeça de um jogador depois que ele se lesiona na reta decisiva do Campeonato Pernambucano?
Infelizmente são coisas do futebol. Estava me alongando e quando soltei a perna meu joelho estralou, fiquei assustado na hora, mas, graças a Deus, não foi nada de tão grave. Fiquei triste porque queria muito ajudar o Santa Cruz a ser bicampeão pernambucano, mas estou tranquilo. Minha família e meus amigos estão me dando todo o apoio e espero me recuperar o mais rápido possível.
Como vai ser acompanhar as finais do Pernambucano das arquibancadas?
Não vai parar por aí e vamos continuar batalhando, nessa família que Zé Teodoro construiu aqui para devolver o Santa Cruz para a Série A"
Éverton Sena
- Vai ser muito complicado para mim. Domingo passado, no dia do meu exame, passei pela Ilha do Retiro e vi o estádio lotado. A adrenalina estava muito grande e fiquei doido para estar no jogo. Quando cheguei em casa, vi que o Santa tinha tomado o primeiro gol, daí bateu o nervosismo. Fiquei suando mesmo. Mas estou na torcida pelos meus companheiros para que consigamos dar mais uma alegria à torcida tricolor.
Você só vai voltar ao time no Campeonato Brasileiro. A expectativa já está grande para a disputa da Série C?
- Claro! A expectativa é a melhor possível. Vamos enfrentar times mais qualificados, mas o Santa Cruz também é diferenciado. Lutamos muito para tirar o clube da Série D. Não vai parar por aí e vamos continuar batalhando, nessa família que Zé Teodoro construiu aqui para devolver o Santa Cruz para a Série A, lugar de onde nunca deveria ter saído.
Sempre que você ganha uma disputa de bola, a torcida vibra bastante e canta seu nome. Como é ter esse reconhecimento, ainda dando os “primeiros passos” na carreira? (Éverton Sena tem 20 anos)
- É muito legal o carinho que a torcida do Santa Cruz tem comigo. Acho que eles veem minha seriedade dentro de campo e reconhecem minha vontade de ajudar o clube. É bom ouvir meu nome sendo gritado, porque melhora minha autoestima, dando mais confiança para marcar os adversários.
Muitas pessoas falam que seu ponto forte é a velocidade e a capacidade de recuperação. Em contrapartida, alguns dizem que você ainda precisa ganhar mais massa muscular para poder disputar de igual para igual com os zagueiros. Você tem intenção de aumentar o porte físico?
- Para falar a verdade eu me sinto satisfeito demais com o meu corpo. Gosto de ter velocidade em campo. Esse é meu estilo de jogar. Pode ser que eu ganhe uma massa corporal maior com o passar do tempo, mas não é uma coisa com que eu me preocupe, até porque tenho medo de ficar pesado e isso atrapalhar meu desempenho. Quanto à disputa com atacantes mais fortes só tenho uma coisa a dizer: eu não abro para ninguém!
Com o destaque que você teve ano passado na mídia nacional, quando anulou o meia Lucas do São Paulo, na Copa do Brasil, surgiu alguma proposta para deixar o Santa Cruz?
- Já chegaram para me falar que houve propostas, mas o Santa Cruz preferiu me segurar. Fico feliz de saber que sou importante para o clube, mas não escondo que tenho o sonho de vestir a camisa de um clube como o Corinthians ou o São Paulo. Infelizmente me machuquei agora, mas quero voltar bem, ajudar o Santa Cruz e quem sabe, no futuro, crescer na carreira.
Por Pedro Costa
Recife