Conheça os cinco problemas que Gallo terá que resolver no Náutico Rejeição da torcida e de parte da diretoria, carência e baixa alto estima do elenco serão alguns dos desafios que o novo treinador vai encarar

Contratado para assumir o comando técnico do Náutico, o treinador Alexandre Gallo interrompeu um período de oito meses longe dos gramados para assumir a missão de devolver a paz aos Aflitos. Com passagens em vários clubes da Série A, o novo comandante alvirrubro até possui o perfil traçado pela diretoria. Porém, sua chegada está longe de ser uma unanimidade entre os dirigentes. Para conseguir ter sucesso em sua segunda passagem no comando da equipe, Alexandre Gallo terá que reverter uma série de situações que prometem complicar a sua estadia na Rosa e Silva. Sendo assim, o GLOBOESPORTE.COM/PE listou as cinco principais dificuldades que o novo técnico terá pela frente.
Rejeição da torcida Ao ver o nome de Alexandre Gallo ser anunciado como novo técnico do Náutico, centenas de torcedores demonstraram toda a sua insatisfação com a contratação do treinador nas redes sociais. A mágoa é fruto da primeira passagem de Gallo pelos Aflitos, na temporada 2010. Na ocasião, além de não conseguir vencer a final do Campeonato Pernambucano, quando o clube enfrentou o Sport, os alvirrubros viram o Timbu correr o risco de se rebaixada para a Série C, no Brasileiro. No entanto, poucos sabem que o péssimo rendimento da equipe estava atrelado à falta de pagamento dos salários. Mesmo assim, Gallo deixou o Timbu com um aproveitamento de praticamente 54%. Número que não chega a ser uma catástrofe. Porém uma vitória sobre o Sport, nas semifinais do Campeonato Pernambucano certamente diminuirá o clima de animosidade nas arquibancadas. Desconfiança da diretoria Quando Waldemar Lemos foi demitido, dois nomes eram considerados “cartas fora do baralho” entre os diretores: Roberto Fernandes e Alexandre Gallo. O primeiro por não ter a experiência desejada pelo clube e o segundo por cobrar uma dívida trabalhista com o clube. Além disso, entre os dirigentes exista a opinião de que o treinador não teria a capacidade para tirar o Náutico da péssima fase que vem passando. Porém, contrariando seus pares, o presidente Paulo Wanderley buscou um acordo com relação à pendência jurídica e bancou a chegada do treinador. Com isso, o técnico já entra no clube tento que conviver com a pressão nos bastidores. Elenco reduzido e pouco qualificado Dentro de campo, o grande problema de Alexandre Gallo será organizar uma equipe competitiva sem possuir peças para isso. Para se ter uma ideia carência do elenco, o Timbu possui em seu grupo nada menos que sete volantes e apenas dois laterais. Como não pode mais inscrever qualquer atleta para a disputa das finais do Campeonato Pernambucano, resta ao treinador correr contra o tempo para conhecer o grupo, uma vez que não terá tempo para grandes modificações. Os problemas se agravaram ainda mais com a dispensa do meio-campo Eduardo Ramos, anunciada na noite da última sexta-feira. A queda de rendimento do atleta, além da cobrança da torcida, fez a diretoria vetá-lo do primeiro clássico. Inconformado com a decisão, ele decidiu treinar nos Aflitos e desmentiu a diretoria, que alegou que ele faltou ao treino no CT por estar com um problema de saúde. Isso despertou a irá dos dirigentes alvirrubros, que acabaram perdendo a paciência e decidiram desligar o jogador do clube. Com isso, Alexandre Gallo vai ter que procurar um novo camisa 10 para o Brasileirão. Devolver a autoestima e recuperar os principais jogadores A sequência de maus resultados, as críticas da torcida e a cobrança da diretoria resultaram em uma pressão psicológica nos atletas. A pressão trouxe o medo de errar e, por consequência, a perda da confiança. A situação ficou tão evidente, que os dirigentes decidiram contratar um psicólogo para trabalhar a cabeça dos jogadores. Como se não bastasse, caberá a Gallo recuperar o bom futebol de suas principais peças. Nomes como Marlon, Siloé, Derley que passaram confiança para a torcida tiveram uma queda de rendimento, causando uma insegurança no elenco. A sombra de Waldemar Lemos
Diferentemente da maioria dos casos, a saída do técnico Waldemar Lemos não partiu de uma pressão dos jogadores. Na realidade, a demissão do treinador partiu de uma iniciativa da diretoria, que buscava por fim a pressão da torcida, que cobrava por um melhor rendimento do time. Porém, a ausência do antigo treinador causou um clima de insegurança entre os atletas, que tinham em Waldemar Lemos um verdadeiro escudo. Definitivamente, Alexandre Gallo não possui o estilo paternalista de Waldemar Lemos e terá que passar sua forma de trabalhar sem causar insatisfações no elenco. No entanto, a missão poderá ser facilitada, uma vez que o técnico tem uma carta na manga: caberá a ele formular o grupo que disputará a Séria A. Com isso, os jogadores tendem a mostrar serviço, se tiverem a intenção de permanecerem no clube. Por Elton de Castro Recife