A torcida continua exigente, mas a goleada do Vitória de 5 a 0 no Atlético devolveu ao técnico Toninho Cerezo a tranquilidade que precisava numa semana decisiva para o rubro-negro baiano, com a estreia na Copa do Brasil, quinta-feira, contra o São Domingos de Sergipe.
Afinal de contas, seu time conta hoje com o maior artilheiro do País nos estaduais (Neto Baiano), com 14 gols em 12 jogos - a mesma média de Messi no Campeonato Espanhol -, com a defesa menos vazada (apenas com oito gols sofridos), e agora na 3ª colocação na tabela de classificação do Campeonato Baiano.
“Conseguimos uma boa vitória jogando contra uma equipe que se posicionou bem e toca bem a bola. Fico feliz, ainda mais que é uma semana importante para o Vitória”, salientou o treinador, referindo-se a estréia do rubro-negro pela Copa Brasil na quinta-feira, às 20h30, no Estádio Presidente Médici, contra o São Domingos (segundo colocado no grupo A da tabela do Sergipano).
Apesar do otimismo do treinador e resultado contra o Atlético ofuscar o mau momento do Vitória, os torcedores que foram no domingo à tarde ao Barradão e acompanharam atentos, puderam observar que o rubro-negro não começou bem a partida, e a equipe do interior desperdiçou inúmeras chances de gol.
Neto Baiano, em tarde iluminada, marcou três gols, comandou a goleada de 5 a 0, e virou notícia nacional ao assumir a condição de maior artilheiro do futebol brasileiro neste início de temporada.
Mas o otimismo de Cerezo não está preso apenas ao resultado do jogo contra o Atlético. Com mudanças da equipe a cada rodada, a opção de contar pela primeira vez com o lateral-direito Nino Paraíba, e com o zagueiro Rodrigo, o time ganha força e, acima de tudo, experiência, garantindo a estabilidade emocional que não tem tido até agora, motivando inclusive uma reunião extraordinária com o presidente, por causa do alto número de cartões amarelos e expulsões, quatro, em 12 rodadas do Campeonato Baiano.
Outro detalhe: a maioria dos tentos da goleada surgiram de jogadas de bola parada ou contra-ataque, provando, para Cerezo, de que o time não é um bando, contestando as críticas de que o Vitória não tem um esquema de jogo definido. “Temos uma equipe muito jovem. Não podemos dar oportunidade para o adversário dominar o meio. Em campo, o Lúcio Flávio comanda o time.
Tem gente que não gosta do futebol dele. Mas não tenho do que reclamar. Ele soma junto com o grupo” defendeu Cerezo. O elenco do Vitória se reapresentou na tarde de ontem para treinamento no CT do clube. Apenas os reservas foram à campo e o treinador Toninho Cerezo comandou um amistoso com uma equipe amadora, da faculdade FTC.
Já os titulares, que atuaram os noventa minutos na goleada do dia anterior, realizaram apenas uma atividade regenerativa. Alguns foram para a academia e outros resolveram dar voltas ao redor de um dos campos de treinamentos do CT Manoel Pontes Tanajura. Já o lateral-esquerdo Mansur e o meia Tartá ficaram com o preparador físico Alex Fernandes.
Grupo ganha com experiência de Rodrigo e Nino
Uma grande expectativa aguardava a estréia de Rodrigo e Nino na temporada, Com sete meses sem atuar, o desempenho de Rodrigo não foi dos melhores, ele sentiu a falta de ritimo, cansou e foi substituído no segundo tempo. Toninho Cerezo acredita que ele tem bastante a acrescentar e vai travar uma boa briga pela posição com Gabriel e Victor Ramos, garantindo qualidade e experiência ao sistema defensivo do Vitória, na fase decisiva do Estadual.
Rodrigo vestiu pela primeira vez a camisa do rubro-negro. Com 31 anos e passagens por São Paulo, Internacional, Grêmio, Flamengo e Dynamo de Kiev, o zagueiro chegou com a missão de dar mais experiência à zaga do Vitória, sendo que o setor contava somente com atletas formados na divisão de base do clube, como: Gabriel, Reniê, Dankler e Alan.
Nas 13 rodadas do Baiano, foram seis duplas de zaga diferentes. A formação que mais esteve em campo foi composta por crias das divisões de base do clube. Dankler e Gabriel estiveram juntos em campo em cinco partidas. A segunda dupla que mais atuou foi Victor Ramos e Gabriel. O técnico Toninho Cerezo ainda mandou para campo Dankler e Alan Henrique, Gabriel e Alan Henrique, Dankler e Victor Ramos e Gabriel e Rodrigo.
“Foi à primeira partida de Rodrigo. Achei que ele tinha que se segurar um pouco mais. O sol estava muito quente. Ele subiu em dois lances para a área adversária e cansou. Tive que pedir para ele não subir mais. Quanto ao Nino, eu só o vi jogar uma vez. Ele tem uma velocidade e dinâmica muito boa” ressaltou.
O jogo marcou também a estréia do lateral-direito Nino Paraíba, que não jogava pelo Vitória desde novembro do ano passado, em consequencia de uma pubalgia, lesão na região do púbis. O jogador, na reapresentação de ontem no CT da Toca do Leão, disse que estava bem, tranqüilizando a Comissão Técnica com relação à sua participação na estréia da Copa do Brasil.