Dos meses conturbados ao orgulho, presidente do Sport avalia gestão e traça planos para 2022.


Yuri Romão está prestes a completar três meses como presidente interino do Sport. Substituindo o licenciado Leonardo Lopes, o mandatário viveu meses conturbados na Ilha do Retiro e precisou assumir diferentes funções para sustentar o departamento de futebol na última temporada. Agora, o dirigente traça planos para 2022 com o desafio de recolocar o Sport na elite nacional.

- Está sendo um desafio preparar o clube para 2022 em meio a uma queda para a Série B, com uma queda grande de recursos. Mas estamos muito otimistas diante do planejamento que está sendo montado, visando o retorno para a Série A.

Desde a última quinta-feira, portanto, o Sport tem traçado um plano de ações para este ano, com metas estipuladas para todos os setores do clube.

"Não posso pensar só na gestão desse ano. Tem que pensar mais a frente. Pensar de forma que o clube passe a ter uma sustentabilidade."

Yuri chegou ao Sport como vice-presidente (em julho), encarregado do departamento financeiro do clube. Pouco depois, em outubro, precisou assumir o posto de presidente porque Leonardo Lopes pediu licença do cargo. Eles somam cinco meses juntos no comando.

- Desde o início a gente fazia uma cogestão. Eu ficando com as questões administrativas e financeiras. Ele com a parte mais jurídica e de futebol. Nos últimos meses teve essa licença e eu precisei assumir o barco - explica Yuri.

No momento da mudança, o Rubro-negro havia recém-descoberto um erro nas inscrições dos últimos quatro reforços contratados para o Brasileiro, e o problema resultou na destituição da diretoria de futebol. Assim, Yuri Romão conduziu a presidência, o departamento financeiro e o futebol durante uma semana - até acertar a chegada do novo vice: Augusto Carreras.

Em campo, o Sport terminou sendo rebaixado no Brasileiro e disputará a Série B em 2022. Fora dos gramados, no entanto, há mudanças administrativas - principalmente no âmbito financeiro - que são vistas com bons olhos pela gestão.

- Foram meses muito conturbados, mas ao mesmo tempo que nos enche de orgulho pelo fato de que a gente conseguiu avançar com muita coisa. Conseguimos dar uma cara à gestão, de uma gestão austera, preocupada com o equilíbrio financeiro, com muito respeito aos funcionários e fornecedores - avalia Yuri.

A busca pela chamada "austeridade financeira", que seria o controle de gastos na Ilha do Retiro, estava nos planos da gestão desde as eleições. Após assumir o clube, encontraram um prejuízo mensal de R$ 1,5 milhão na folha e precisaram recorrer aos cortes de despesas.

A meta da diretoria, em dezembro, era iniciar 2022 sem mais dívidas correspondentes ao período assumido pela gestão (desde julho/agosto de 2021).

- Conseguimos pagar as cinco folhas em dia. Conseguimos pagar o 13º salário também. Os relatos deles, porque eu não estava aqui antes, é de que não recebiam em dia o 13º há cinco anos. Isso nos traz um certo orgulho, de ter voltado a pagar - afirma o mandatário.

Em meio aos novos planos, o Sport se reapresenta na terça-feira para iniciar a preparação para as competições de 2022. Além da Série B do Brasileiro, a equipe disputa o Pernambucano, Copa do Nordeste e Copa do Brasil neste ano.

Por Camila Alves — Recife