Fadados ao fracasso? Oposição de Toritama tem os piores quadros à majoritária de toda história


A cidade de Toritama tem uma história política cheia de eventos interessantes, inclusive bastante especiais no que diz respeito ao contexto das idas e vindas dos apoios partidários e das conjunturas políticas.

A história política do município sempre contou com inúmeras disputas, de blocos familiares, adversários ferrenhos, que disputavam espaço político da forma mais tradicional possível. E que inclusive tinham um palco bastante recheado de particularidades, envolvendo nome de grupos e cores de identificação. Quem não lembra da disputa entre Jota e Galo, os Limas e os Fulós, dos discursos emblemáticos de Celso Marques de Andrade, e da fibra em não trocar de lado a nenhum custo do saudoso Romeu Simplício?. Parece que tudo isso ficou no passado.

A política e sua disputa acirrada, de eleições decididas voto a voto têm perdido a graça. As candidaturas que antes recebiam grande apoio pelos partidários apaixonados, hoje são forjadas pelo interesse pessoal, que ultrapassa os conceitos de rivalidade. É bem certo que a política foi preenchida por novos conceitos, e o adversário quase inimigo de ontem, é o maior aliado de amanhã, que o diga o grupo do atual prefeito Edilson Tavares, que têm feito alianças com quem mais o acusou das piores coisas possíveis. Se bem que essa história de mudança de lado é algo muito comum no meio político.

Para este ano, a disputa parece ser bem diferente, não só por conta da impossibilidade de aglomeração por conta da pandemia, mas muito mais pelo contexto de oposição que se formou ao longo dos últimos meses. Na cidade, a campanha sempre teve início assim que um novo prefeito assumia, e desta vez, a fragilidade política oposicionista ou o que se formou se dizendo ser, não só perdeu tempo em trabalhar os nomes, como parece ter escolhido os piores.

É fácil dizer isso, pois é o que mostra a opinião pública. O povo questiona nas ruas, que muitos gostariam de caminhar ao apoio de um nome diferente dos que postulam hoje como opções, e até mesmo a classe empresarial, muito requisitada nesses momentos, parece não muito empolgada a investir seus esforços nesta empreitada. Isso acontece talvez por dois motivos óbvios. Primeiro pela qualidade do discurso político apresentado pelo atual gestor em 2016, o que naturalmente eleva o nível da disputa, e exige de qualquer grupo, a indicação de um nome que também esteja a altura do debate. Em segundo lugar e não menos importante, seria os nomes que postulam atualmente na oposição. Isso porque, a forte ligação entre os nomes, e o passado recente deles com o atual governo, criam uma barreira de descrédito no discurso adotado. Pois olhando por esta lógica, é impossível acreditar que o principal nome de oposição, até ontem estendia tapete de ouro para o gestor atual. Sem contar no comportamento e a ligação dos outros nomes e grupos.

A estratégia política usada para enfrentar uma eleição tão dura, dada a aprovação da gestão em curso, e o pouco tempo usado para debater o município, parece ser a mais fraca possível. Não existe coerência nos discursos, que hora mais atacam a gestão por motivos pessoais do que mesmo dialogam as necessidades escancaradas do município. E olhe que são muitas. Mas como as estratégias são construídas por quem se diz entendedor do assunto, vamos aguardar para ver as próximas cenas da novela política de Toritama, que caminha para ser uma das disputas mais fracas da história do município. E olhe que nomes ruins, já tivemos muitos, mas parece que a classe ainda não entendeu, que depois que se fecharam as urnas da última eleição, o grau de cobrança por qualidade na disputa mudou e muito.

Por Jessé Aciole