A política em cidade do interior é sabida por quem vive no meio, que é sempre mais acirrada, partidária e emocionante. Política miúda, feita na conversa de esquina, e que tem os contratempos mais impensáveis possíveis. Na cidade de Vertentes porém, um fato no mínimo inusitado chama atenção do público.
No pé de serra da taquara, a história se repete com a pré-cadidatura de Igor Miranda (PSB) que carrega de forma especial, um voto de peso contrário, o qual dificilmente se imagina. Com fortes ligações com o grupo de situação, a reconhecida Vereadora Dona Santa (DEM), avó do pré-candidato socialista, é um dos nomes mais fortes ao legislativo, porém do lado do atual prefeito tucano.
A história da avó que não vota no neto, já é capítulo passado de quatro anos. Porém agora, essa novela ganhou mais um capítulo. E no meio político, no campo das possibilidades e cogitações, Dona Santa pode não apenas voltar a estar no grupo que enfrentará o neto, mas pode ser também a escolhida por Romero, para compor sua chapa de reeleição.
Como na política pequena do interior, as negociações buscam sempre mecher com os brios dos candidatos, pode ser que a suposição vire realidade eleitoral na disputa de novembro. Vale ressaltar que no primeiro teste de enfrentamento familiar, Igor superou em 2016 a permanência de sua "mãe duas vezes" do lado vermelho, mas como seria agora, uma candidatura dela na majoritária do lado do seu principal adversário?
Na região já houveram alguns casos parecidos, de familiares que se enfrentaram, e não seria grande novidade isso acontecer. Mas tudo isso leva a crer, que se há possibilidades de mudança na chapa de situação, há portanto indicativa de que o poder do governo local, outrora incontestável, também aparenta estar ameaçado com a indicativa de que a união da oposição caminha para acontecer, e talvez precise de uma santa para salvar a cadeira, até porque, para um partido vermelho nada melhor que uma vice de sangue.
Por Jessé Aciole
Foto: Arquivo Jornal Vertentes Notícias