O presidente Jair Bolsonaro (PL) interrompeu o silêncio de quase 48 horas do término do resultado das eleições e se pronunciou às 16h37 desta terça-feira (1º). Em um discurso curto no Palácio da Alvorada, ele não contestou a derrota nas urnas, mas também não reconheceu de forma objetiva a vitória do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Disse, porém, que continuará "cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição".
Em discurso lido, Bolsonaro agradeceu os 58 milhões de brasileiros que votaram nele no segundo turno e procurou desmobilizar os apoiadores que, desde domingo, obstruem rodovias no país. Segundo ele, os "atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral".
"As manifestações pacíficas sempre serão bem vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir", declarou.
O presidente disse, ainda, que a direita surgiu "de verdade" no país e que os deputados e senadores eleitos e reeleitos nas eleições deste ano evidenciam isso. "Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso", afirmou.
Bolsonaro destacou, ainda, que seu governo enfrentou "todo o sistema" e superou uma pandemia e as consequências da guerra na Ucrânia. Também alegou sempre ter defendido a Constituição e respeitado a democracia.
"Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição", disse.
No encerramento do pronunciamento, Bolsonaro diz ser uma honra ser o "líder de milhões de brasileiros" que, como ele, "defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela" da bandeira brasileira.
Leia o discurso de Bolsonaro na íntegra
Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro. Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir.
A direita surgiu, de verdade, em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso.
Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição.
É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira. Muito obrigado!
Da Gazeta do Povo.