De Boulos a Meirelles.

 

Uma frente ampla em defesa da democracia. Eis a narrativa vendida por petistas para unir desde invasores comunistas como Guilherme Boulos até moderados defensores do teto de gastos como Henrique Meirelles. Vai colar?

Ciro Gomes fulminou: se tem Boulos e Meirelles juntos, alguém está sendo enganado. Quem? De fato, podemos pensar no grupo que fechou com Lula como um ajuntamento de oportunistas, cada um com seu projeto pessoal de poder ou enriquecimento (ilícito).

Afinal, todos resolveram ser cúmplices do "ladrão que quer voltar à cena do crime", como disse o próprio Geraldo Alckmin, agora vice na chapa. Mas mesmo que se trate de um grupo oportunista e amoral (ou imoral), alguma linha econômica o eventual governo terá de adotar. Qual será?

Os economistas petistas, segundo a amiga de Dirceu na Folha, já estariam preocupados com a entrada de Meirelles na campanha. Então quer dizer que o teto de gastos será respeitado? As estatais não serão utilizadas para o "desenvolvimentismo" como nas gestões passadas de Lula e Dilma?

Para quem conhece um pouco do petismo e sua trajetória, fica claro que quem vem sendo feito de trouxa é o "mercado" e todos aqueles que resolveram acreditar (novamente) num Lula "paz e amor" e moderado. O ex-presidiário já deu todos os sinais de que voltaria com rancor, ressentimento e arrependimento - não sobre seus crimes, mas sobre não ter controlado toda a máquina estatal de vez!

O projeto petista é totalitário e corrupto, isso está bem evidente para quem não é otário. Ele mira nos exemplos da Argentina, da Venezuela, e não na social-democracia europeia. Mas para ludibriar a esquerda caviar, pelo visto, basta colocar Alckmin e Meirelles como abre-alas e tudo certo: ninguém mais enxerga o Boulos e o Dirceu lá atrás, no comando dos bastidores.

E tudo isso pois essa elite boboca resolveu cair na ladainha de que Bolsonaro, de fato, representa alguma ameaça à democracia brasileira. A imprensa corrupta tem sua parcela de culpa, sem dúvida. Mas é preciso ser muito alienado mesmo para cair nessa armadilha. E sei que muita gente caiu, não suporta Bolsonaro, quer se livrar dele a todo custo, ainda que trazendo o ladrão autoritário de volta.

Ninguém sério acredita nas pesquisas fajutas, mas a disputa deve estar acirrada. Não podemos jamais subestimar a capacidade de alguns para insistir nos mesmos erros. Aprendemos com a história que poucos aprendem com a história. Não fosse assim, não haveria mais esquerda radical na política - e basta olhar para a América Latina para descartar esse sonho.

Estamos na reta final, faltam poucos dias para a eleição, e é hora de cada brasileiro decente e honesto arregaçar as mangas e trabalhar para conquistar votos de indecisos, mostrar o que realmente está em jogo. Bolsonaro não representa qualquer perigo à democracia, e Lula é um ladrão perigoso cercado de bandidos da pior espécie, com o desejo de transformar o Brasil na próxima Venezuela.

Por Rodrigo Constantino da Gazeta do Povo.