O que falta à terra do jeans neste ano de eleição, onde a política parece ter perdido a graça.
A cidade de Toritama no Agreste de Pernambuco, é um dos lugares mais amantes da política existente neste país. Tão famosa por gostar do debate que já virou parte do seu vocabulário próprio, a frase, "Toritama respira política." A atipcidade da corrida eleitoral para este ano, vai muito mais além do que o fator pandemia. Embora o Coronavírus tenha se transformado na principal barreira para o cotidiano de uma campanha normal, Toritama parece ter perdido o prumo de seu costumeiro jeito de fazer política.
A grande interrogação sobre o que está acontecendo com a cidade, que outrora quente em ano de eleição, hoje segue a passos largos de forma morna para uma disputa que foi adiada pelo Congresso, parece ser a qualidade dos quadros políticos colocados à prova. Há pouco mais de quatro meses para as eleições, a cidade conta com quase uma mão de pré-candidatos, sendo um deles o postulante à reeleição, que carrega consigo a difícil tarefa de se reeleger, numa cidade com um população que aprova governo mas não confirma a intenção de votar, por ser ainda muito apegada no jeito que o político lhe trata. Os outros três seguem sem conquistar a confiança do povo, ou melhor, parecem não ter poder de efeito motivacional para movimentar os ânimos do povo apaixonado por política.
Apesar da pandemia proibir as aglomerações, a aparição dos nomes de oposição, ainda é muito tímida na pré-campanha das mídias digitais. A falta de discurso predominantemente em favor do município, esbarra muitas vezes na lista de problemas pessoais que alguns destes tem com o atual gestor. Os quais trazem nos seus discursos de críticas, oriundos da natureza de oposição, as acusações, que são mais ao que não conseguiram, do que para com a gestão do Prefeito em exercício. Isso se dá, muito pela forte ligação que os postulantes ao cargo de executivo, tiveram no passado com aqueles que comandam o município. Vale muito perguntar, se o interesse é próprio, e onde fica os interesses do povo nesse joguete de discursos raivosos e sem qualidade. Enquanto isso, na prefeitura do pé de serra, a disparada no calendário de inaugurações segue acontecendo, pois como diria o poeta, "o tempo urge, e a fila anda", e logo se encerrarão os prazos para inaugurações, que são muitas, uma para cada buraco nas ruas da cidade.
Pela primeira vez na história, Toritama beira uma eleição sem pimenta no caldo. Será que os homens que fazem política, perderam o ponto da receita, e não sabem mais fazer a coisa, ou a política perdeu a graça fantasiosa de debates quentes do passado. Pode ser também para os mais saudosos e amantes da história, que a real situação, parece ser mesmo a qualidade de disputa que diminuiu, por falta de conteúdo dos postulantes. A epidemia parace ser de cunho político, pois não aparenta nem ser ano de eleição na Torre. O pior é que tão qual à do corona, tá faltando vacina.
Por Jessé Aciole.