A POLÍTICA DOS FOGOS E SEUS RESULTADOS.

Em períodos eleitorais, nada mais comum que levantar bandeiras, defender nomes e ousar na criatividade de chamar a atenção do eleitor. Nossa cultura eleitoreira às vezes nos impede que façamos uma campanha racional, com seriedade e compromissos. E acredito que uma campanha eleitoral serve como estágio funcional para uma eventual gestão, até porque, sabemos a importância de uma campanha estratégica e seus resultados positivos para o pleito, assim como uma gestão estratégica e seus efeitos eficazes numa cidade que respira por mudanças.
Pois bem, em Toritama é costumeiro tratar os partidos políticos como blocos carnavalescos, ou como times de futebol, em que os partidários muitas vezes perdem as estribeiras para defender seus aliados ou atacar seus adversários. Perdem inclusive a moral e a ética, construídos por anos de aprendizagem. Nesse sentido, os fogos de artifício surgem nessas horas como protagonistas do êxtase desses "apaixonados" que os soltam aos céus para intimidar o povo nos momentos de exaltação. O mais grotesco, é que soltam fogos por coisas tão simples que muitas vezes acreditamos tratar de uma inauguração, ou uma conquista para a população como uma obra concluída ou uma meta alcançada, quando na verdade estão soltando porque o candidato quebrou sua rotina matinal ou porque outro candidato foi fotografado com aliados. Tamanha falta de racionalidade de pessoas tão medíocres quanto seus próprios candidatos.
Essas pessoas são justamente os que menos se preocupam com a cidade, mas se preocupam mesmo com seus grupos seletivos, aonde encontram um reduto para preencher seus egos, excedendo na dose de infantilidade, ironizando, intimidando, ridicularizando, gozando ou tentando desestimular seus adversários com golpes baixos e comportamentos muitas vezes inaceitáveis como fraudar áudios e telefonemas. Toritama está cada vez mais entrando na onda da conscientização, e a prova disso é a reprovação à esses grupos que fazem de tudo, articulam, apostam, gritam, defendem, soltam fogos apenas por um sentido: "chegar ou manter-se no poder". O povo almeja por seriedade e respeito com a cidade.
Muito embora, seja importante comemorarmos os bons resultados, mas é lastimável que os grupos percam seu precioso tempo articulando como trapacear os adversários ao invés de discutir os desafios da cidade que não são poucos. É uma pena que os fogos seja maiores que as conquistas.
FILIPE LUCENA acadêmico de direito