Artesão produz animais de metais em tamanho real no interior de PE.

Materiais metálicos que antes eram jogados fora - como correntes, molas e engrenagens - são transformados em elefantes, cavalos, águias, tanques de guerra e até mesmo dinossauros. O artesão Valmir Reginaldo da Silva tem criado, há dois anos no Agreste pernambucano, peças que representam os animais e objetos. As obras que podem ser feitas em tamanho real, chamam atenção de quem passa pela BR-104 em Agrestina, onde o ateliê é localizado às margens da rodovia.
O artista de 36 anos diz que nunca recebeu nenhuma capacitação para fazer as esculturas e, como não sabe desenhar, faz tudo "de cabeça". Ele consulta a internet apenas para saber qual a posição que vai usar para os animais, por exemplo. "Sou péssimo no papel, mas é engraçado que no metal faço tudo sem olhar nenhum desenho".
Entre os materiais utilizados para as obras estão até talheres - como as utilizadas na face de um leão. O cavalo chega a pesar de 400 a 500 quilos. "Faço o processo de limpeza nas peças apenas após a montagem. Em seguida, aplico a tinta e o verniz".
Valmir conta que tudo começou quando trabalhava como serralheiro fazendo portões e as vendas estavam fracas. "Foi quando um amigo me deu algumas correntes de moto e eu fiz um jacaré. Aí ele perguntou se eu conseguiria fazer um cavalo e acabei fazendo. A partir daí foram encomendas, encomendas e não parei mais". Hoje, ele trabalha apenas produzindo as peças - que custam entre R$ 800 e R$ 12 mil.
A conclusão das obras demora de duas ou três semanas, a até três ou quatro meses. "O cavalo eu passo de três a quatro meses fazendo. Há dias que trabalho o dia todo e não faço nada. Há outros que estou inspirado e adianto bastante o trabalho", brinca. O artesão, que se sustenta apenas produzindo as esculturas, relata que faz apenas uma obra por vez.
"Além da arte em si, todo mundo gosta. Ao invés de ir para o lixo, estou transformando [os metais]", comenta o artesão.