Construções submersas voltam a aparecer na Barragem de Jucazinho

Construções e árvores que estavam submersas voltaram a aparecer na Barragem de Jucazinho, em Pernambuco. Localizado em Surubim, município do Agreste, o maior reservatório da região está com aproximadamente 9 milhões e 357 mil metros cúbicos de água, o que representa quase 2,83% da capacidade total.
Por estar no volume morto, a barragem deixou de abastecer os quase 500 mil habitantes - conforme estimado pelo IBGE - de Caruaru, Gravatá e Bezerros, segundo o coordenador de produção do Sistema de Jucazinho, Clodoaldo Veloso. Outros 12 municípios continuam recebendo água do manancial, em forma de rodízio.
"Já estamos retirando no finalzinho da água, a captação que é tubulação da barragem, por gravidade. Nos próximos dias já deve estar cortando. A gente está com uma obra aqui que é a implantação da captação flutuante, para retirar esse volume morto e a gente manter as outras 12 cidades com abastecimento ainda, até que a gente possa chegar no período de chuvas", explicou Clodoaldo.
Quem morava na comunidade inundada fica triste em ver a atual situação do reservatório. "Nós nunca pensamos em ver as casas descobertas. Mas aí a seca foi grande, cinco anos sem chover muito aqui, né? É uma tristeza para todo mundo, pois está todo mundo sofrendo sem água", lamenta o encanador Carlos Roberto Rocha de Lima, de 45 anos.
Comunidades rurais
Os carros-pipa que seguiam para as comunidades rurais locais eram abastecidos na Barragem de Jucazinho, mas o serviço foi suspenso. "A gente se apoiava em cima da Barragem de Jucazinho. Hoje é diferente. Nós vamos estudar outra maneira para levar água para os agricultores", declara o supervisor regional Rijalma de Oliveira, do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) em Surubim.
A agricultora Josefa Florêncio da Rocha, 55 anos, mora no Sítio Tatus e é uma das que utiliza a água do reservatório, que é levada para uma cisterna. "Usamos para lavar e tomar banho. Aí a gente pega a água suja e coloca no banheiro. Para cozinhar e beber, usamos a água da chuva que está na outra cisterna. Agora é pedir muito a Deus que mande chuva para a gente.
Entenda
O Sistema Jucazinho deixou de abastecer Caruaru desde o dia 25 de agosto, devido ao colapso no manancial. De acordo com a assessoria de imprensa da Compesa, a população passou a receber - no dia 28 - água exclusivamente do Sistema do Prata. A medida visou a evitar que 40% do município tivesse o abastecimento suspenso. O Prata contava, à época, com 81,1% da capacidade total. O reservatório fica em Bonito, também no Agreste.
Para que o fornecimento em Caruaru passasse a ser feito exclusivamente pelo Prata, uma obra emergencial no valor de R$ 1,3 milhões foi realizada.
O objetivo foi o de inverter o fluxo de água da estação de tratamento localizada no Bairro Petrópolis para a que fica no Bairro do Salgado. Esta recebia água apenas de Jucazinho. O procedimento foi necessário para minimizar a demanda desta barragem.
Paula Cavalcante Do G1 Caruaru