Seminário discute viabilidade Copa das Confederações no Recife Encontro ocorre logo após o presidente da CBF e do COL garantir a presença de Pernambuco na competição no ano que vem

Já era noite quando o telefone do secretário extraordinário da Copa do Mundo em Pernambuco, Ricardo Leitão, tocou. Do outro lado da linha estava o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014, José Maria Marin, que trazia excelentes noticias. Direto da Suíça, onde havia participado de uma reunião na sede da Fifa, Marin garantia a presença de Pernambuco como umas das sedes da Copa das Confederações do ano que vem. Apesar de não se tratar de um informação oficial (já que o anúncio da Fifa só vai acontecer no final de junho), o comunicado foi recebido com muita alegria pelos representantes pernambucanos e injetou uma dose maior de responsabilidade na aceleração das obras para que sejam entregues no prazo preestabelecido, que é fevereiro do ano que vem. Se confirmada como uma das cinco sedes da competição, as obras na Arena Pernambuco, que se encontram 40% concluídas, devem receber uma considerável acréscimo na mão de obra, que hoje conta com três mil operários e irá passar para cinco mil em novembro. Mas será que a cidade do Recife estará pronta para receber o torneio, que serve como teste para a Copa do Mundo? Tentando responder essa pergunta foi realizado nesta quarta-feira, na capital pernambucana, o segundo Road Show 2014, um evento técnico promovido pelo Sindicato das Arquitetura e da Engenharia.
Vitrine ou vidraça? Para o coordenador do evento, Rodrigo Prada a exposição das cidades durante a Copa das Confederações pode ser benéfica ou absolutamente nociva. Diferentemente do Mundial, quando um grande número de turistas deve visitar o Brasil, a Copa das Confederações é voltada para o público local, mas sob os olhares da imprensa internacional. Prada citou o exemplo da África do Sul, que estima ter perdido mais de 200 mil turistas por conta da exposição negativa. - A África do Sul, por exemplo, foi retratada durante a Copa das Confederações pelos aspectos da falta de segurança, das deficiências no transporte público e na infraestrutura. Pelas contas dos sul-africanos, a péssima repercussão internacional fez com que o país perdesse mais de 200 mil turistas durante a Copa de 2010. O secretário-executivo de Supervisão Técnica da Secretaria Extraordinária da Copa de 2014, Sílvio Bompastor, se mostrou otimista em relação ao evento e destacou o esforço do estado para receber a competição. - A gente vem matando leões todos os dias. Nossa luta não é para construir um campo e receber jogos de futebol, mas sim trazer junto à Copa uma série de investimentos e melhorias ao nosso estado. O secretário aproveitou para afirmar que o andamento das obras está acima do que era esperada e que no mês que vem a evolução chegará à casa dos 50%.
Sem medo do inverno Com os meses de junho e julho se aproximando uma preocupação ganhou força: os atrasos que poderiam ser ocasionados com o inverno e as fortes chuvas que costumam castigar a região esta época do ano. Bompastor se mostrou despreocupado com a situação e explicou a razões. - Primeiro que este ano vamos ter um inverno menos rigoroso que os dois últimos e todas as obras de drenagem e terraplenagem já foram realizadas. Com chuva ou sol, o ritmo seguirá forte e dentro do prazo. Atualmente, os blocos de concreto estão sendo fabricados na própria arena. Uma fábrica de pré-moldados foi erguida no local. Mais de 300 mil metros³ de rochas foram desmontados e serão utilizados na pavimentação do local. Questionado se as obras de mobilidade urbana também vão estar concluídas em fevereiro próximo, o secretário disse que apenas a BR 408 e a Radial da Copa, corredor de ônibus de 6,4 km ligando a Arena ao Recife, vão estar prontos. - O desafio é grande, mas se o presidente da CBF e do COL disse que sim, nós não vamos dizer, não. É duro, mas vamos em frente e iremos cumprir todos os prazos – garantiu. O seminário contou com as presenças do secretário-executivo de Supervisão Técnica da Secretaria Extraordinária da Copa de 2014, Silvio Bompastor, do diretor de Marketing da SPE Arena Pernambuco, Frederico Akira Campos, do secretário das Cidades de Pernambuco, Danilo Cabral, do diretor-presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Nelson Barreto Coutinho Bezerra de Menezes, e do presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Barros Carvalho. O Road Show 2014 irá percorrer as outras 11 cidades-sedes do Mundial. Arena Pernambuco O estádio pernambucano está sendo construído na cidade de São Lourenço da Mata, a 19 km do Recife e conta com padrão internacional. A Arena PE terá capacidade para 46.000 pessoas, distribuídas em 102 camarotes (1.600 assentos), 1.800 assentos business e 2.700 assentos premium. O espaço terá perfil multiuso. Assim, será utilizado também após o Mundial para jogos de futebol, outras competições esportivas, feiras, convenções e grandes espetáculos. Ao seu redor, uma nova centralidade urbana será criada para alavancar o desenvolvimento da zona Oeste da região metropolitana do Recife. Essa área está sendo chamada de Cidade da Copa e será conectada à capital por várias vias que já estão sendo construídas ou estão em licitação. A arena terá capacidade para 46.000 pessoas e 4.700 vagas de estacionamento, sendo 800 cobertas. O custo da obra é de R$ 532 milhões. Por Tiago Medeiros Recife