Quando o nome de Denis Marques foi anunciado como reforço do Santa Cruz, o espanto tomou conta tanto das resenhas esportivas como da torcida coral. Não que o atacante fosse considerado um atleta sem qualidade. Mas, para muitos, ele não figurava mais no universo futebolístico. Após se afastar dos gramados por um ano e seis meses, o status de "ex-atleta" já parecia estampar seu currículo.
Aos 31 anos, Denis Marques já vivenciou os dois lados que o futebol pode proporcionar. Foi ídolo da torcida do Atlético-PR, clube pelo qual atuou entre 2004 e 2007. Na época, ele foi considerado uma das principais revelações do futebol brasileiro. Mas uma transferência para o o Japão o tirou dos holofotes. Para recuperar o prestígio, desembarcou no Flamengo, em 2009. Mas a falta de oportunidades e a impaciência da torcida frustraram os planos.
A decepção foi tanta que Denis Marques decidiu abandonar o futebol, viver um período sabático e voltar ao convívio dos seus familiares, em Maceió, sua terra natal. Porém, o hiato na carreira teve um fim com o chamado do técnico Zé Teodoro, que apostou em sua qualidade ao indicá-lo para o Tricolor do Arruda. A aposta deu certo, e o atacante voltou a fazer o que mais gosta: gols.
O jogador coral fala sobre sua carreira, releva os motivos que o fizeram dar um tempo no futebol e demonstra uma mágoa com o técnico Andrade, que o comandou nos tempos de Flamengo.
Quando você surgiu para o cenário nacional, foi considerado uma grande revelação. Seu nome chegou a ser cogitado para a Seleção Brasileira. Porém, isso não concretizou. Por quê?
Realmente, me destaquei muito com a camisa do Atlético-PR. É um clube de que eu gosto muito e onde o presidente me ajudou bastante. Mas acabei sendo negociado com o futebol japonês, e isso fez com que eu sumisse, pois não é um campeonato muito visto. Acredito que isso tenha atrapalhado um pouco.
Então, você se arrepende de ter ido para o Japão?
Falar depois é fácil, mas tive uma boa passagem lá e foi bom por outros aspectos. Não posso falar que me arrependo, não.
Porém, mesmo jogando no Japão, você conseguiu uma transferência para o Flamengo, um dos principais clubes do país. Como foi sua passagem por lá?
É um assunto que não gosto muito de falar. No Flamengo eu tive poucas oportunidades e sempre era escalado em uma posição que não era a minha. Sempre o Andrade me colocava para marcar e arrancar com a bola. Mas essa não é minha característica. Isso atrapalhou bastante, pois quando roubávamos a bola eu não tinha mais forças. Aí, não conseguia fazer boas partidas.
Fonte: Globo esporte.com