O que esperar de setembro?

 

Com a aproximação das datas de convenções e o prazo limite para novas candidaturas, o jogo político ainda é muito fraco na Capital do Jeans. 




A música de melodia calma de Beto Guedes, sol de primavera, já anuncia que "quando entrar setembro, a boa nova deve entrar nos campos". Será mesmo que teremos novidades no campo político da cidade mais incomum quando o assunto é política, ou teremos mais do mesmo?

Setembro chega como um mês decisivo, não só por ser o momento de homologação das candidaturas, mas porque o jogo começa a afunilar, e chega o momento de saber quem de fato vai se mostrar capaz de enfrentar a parada, quem terá força para continuar. Esse é o famoso divisor de águas, a hora de separar os homens dos meninos, ou as mulheres das meninas.

De baixo para cima, por ordem de lançamento, observamos o nome do PROS, a Enfermeira Gerluce Evangelina, última a colocar o nome à disposição, conta com a chapa formada, e é a única de oposição que apresentou o vice, já que os demais, ou não tem ainda, ou não conseguiram achar quem queira. O certo é que ela disse não abrir da parada em nenhuma circunstância. Outrora mais flexível, Gerluce hoje diz que seguirá com o projeto, que conta com o apoio de PT e Solidariedade. Mas mesmo que ela garanta continuar na disputa, alguns dos nomes da proporcional de seu grupo, morrem de vontade de estar em outro grupo de oposição.

Olhando agora para o nome do PTC, Nelson Caetano, apesar de não ter anunciado vice, a pequenez de seu grupo, que hoje não passa de dez pessoas, aponta que possivelmente a chapa será composta por André, seu fiel escudeiro, desde os tempos dos xiitas. Apesar de comprar a briga e manter um perfil de fortes acusações, onde qualquer coisa vira alvo do seu dialeto fervoroso, os interesses ainda põe em dúvidas a sua permanência na disputa, já que dizem as más línguas, que a real intenção é valorizar o nome para uma vice no futuro.

No grupo mais forte da oposição, pelo menos na teoria, o pré-candidato do PSD, o Presidente da Câmara José de Arimatéa, segue o martírio de unir bases que lhe sustentem forte no jogo. Apadrinhado por alguns empresários, que não são muitos, mas insatisfeitos com o governo do jacaré, têm encontrado grande dificuldades para arrumar alguém que queira ser o vice. Nas contas expostas, cerca de cinco pessoas entre os que compõem o grupo ou de fora, ninguém quis enfrentar a peleia com o vovô. Será que por falta de coragem, por não apresentar um projeto convincente, ou medo de colocar o nome em um projeto que até aqui não caiu nas graças do povo?

Ainda sobre o grupo azul, as bases conquistadas até aqui parecem não estar sustentando bem o vovô, já que hora ou outra surge matéria da assessoria ratificando sua candidatura, porquê será? Falta de confiança do grupo, ou medo de algo sobrenatural acontecer? Até porque seu retorno para disputar uma vaga na Câmara, pode deixar algum de seus aliados do PSD acostumados com o poder, de fora.

E como fica o governo que esbanja tranquilidade? Parece que os discursos de tudo tranquilo e favorável, não estão sendo reflexo da realidade partidária. Nem mesmo a fragilidade dos seus concorrentes já citados, têm deixado a situação tranquila. Podemos considerar ainda que, por incrível que pareça, a base governista está usando seus comunicadores para estimular a permanência dos já postos, e desestimular que um novo cenário apareça. Será medo de que um novo quadro há essa altura do campeonato ofusque o brilho de um governo segundo os aliados invencível, ou que as candidaturas se confirmem, e assim o jogo fique fácil. Mas acredito que jogo bom é aquele que oferece emoção, do contrário, usar a estratégia de querer disputar com os frágeis e divididos, é papel de jogador medroso.

Em suma, até quando vamos sustentar esse jogo enfadonho, sem emoção, sem propostas pro município, apenas nesse contexto de acusações, acreditando que a eleição se definirá no voto de ódio? Com isso eu volto a parafrasear Beto Guedes, pois com esse estilo de fazer política, "já choramos muito, muitos se perderam no caminho. Mesmo assim não custa inventar uma nova canção".

Por Jessé Aciole