Os Fuló, sem rumo ou sem líder


Um dos grupos mais lembrados pelos eleitores Toritamenses em época de eleição, trata-se dos Pereira, mais conhecidos como "Fuló", isso pela sua grande influência conquistada ao longo da história. Nomes como o de Deda que foi vitorioso como vice de Narciso na década de 80, de Doro, que foi vereador e até hoje é considerado por muitos como o maior arrependimento de Toritama por não tê-lo feito Prefeito. Sem contar com Valdomiro Izidio, o tão famoso Galego, o primeiro prefeito reeleito da cidade na década de 1990. O grupo também contabilizou vários vereadores eleitos com o sobrenome.

Na atual conjuntura política, o nome da família que mais aparece, até pelas suas participações recentes é o de Lucinha Pereira, cabeça da família em termos políticos desde a morte do irmão em 2004, Lucinha foi candidata ao cargo de executivo quatro anos mais tarde, após vencer a luta contra uma doença. Sendo derrotada nas urnas amargando o terceiro lugar em 2008.

Já em 2012, realizou uma das maiores uniões com outro candidato derrotado quatro anos antes. Ao lado de Odon Ferreira, vice eleito em 2004 na chapa com Marcelo Andrade e vereador de vários mandatos, ela formou o que dizem ter sido a chapa de dois prefeitos, sendo ela a vice. Com apoio maciço de dois fortes grupos, o resultado foi massacrante diante de uma situação desfacelada, que não venceu em uma só das mais de 60 urnas computadas. Era a primeira vez que um Fuló voltava a Prefeitura do município após a morte de Galego.

A união que prometia lançar ela como candidata em 2016 rompeu-se antes do fim do mandato. O seu grupo foi mais uma vez para a disputa como majoritária, no pleito em que ela mais esteve próximo da vitória, no que apontavam as pesquisas. Mas depois de uma união com o ex prefeito Flávio, que indicou o vice, os números despencaram e a família amarela em disputa direta com o antigo companheiro Odon, viu o Presbítero Edilson Tavares crescer e ser eleito.

Toda essa história para contar os próximos capítulos, onde Lucinha desapareceu, pouco se pronunciou nos últimos anos, e agora as vésperas de um novo pleito seu nome segue sendo cogitado. A mulher chegou até confirmar a sua pré candidatura, mas voltou a desaparecer, deixando seu eleitorado órfão de pronunciamentos.

Tudo caminhava indeciso até a noite desta terça-feira (14), quando começou rolar nos grupos e redes sociais, declarações do casal Lucinha e Mauricinho de que não vão participar das eleições, mas declaram voto ao atual prefeito Edilson Tavares.


A declaração surtiu efeito de vitória para a situação, que viu um dos nomes mais fortes da oposição desistir da disputa e de quebra ainda declarar abertamente o voto no atual gestor. Por outro lado uma parte da oposição fala em fraqueza da parte dela, e a outra já usa até os vídeos de campanha onde o grupo verde batia no amarelo. O velho e presente jogo político teve início.

Mas se a decisão de para onde ia Lucinha, antes era tamanha ao ponto de desequilibrar a eleição, essa noite mostrou que não exerce tanta influência sobre o grupo e a família como se imaginava. Isto porque, horas depois da decisão de migrar para a situação, familiares e amigos, correligionários e eleitores estiveram reunidos em um café que demonstra um forte racha no grupo Fuló. A maioria afirma que não seguirão essa decisão, e permanecerão contrários ao atual gestor.

Seria Lucinha para o palanque verde, um trofeu sem o peso da conquista, ou uma chefe de grupo fantoche? O que se sabe é que após tanto tempo, parece que o sonho da mulher de ser prefeita de Toritama, acompanhará o destino de seu irmão Doro, e ficará apenas no sonho. Ou a situação vai valorizar a presença dela a tornando vice na chapa de reeleição?

O certo mesmo é que o grupo está dividido, e depois de décadas de forte influência na política local, ou a cabeça do grupo mudou e Lucinha perdeu as rédeas, ou o grupo rachou e perdeu o rumo.

Por Jessé Aciole