“A cidade de Toritama tá pedindo uma chance de renovação”, diz Edilson Tavares (PMDB).

Se apresentando como o “novo”, na cidade de Toritama, o empresário Edilson Tavares (PMDB) postula, pela primeira vez, o cargo de prefeito. Com sérias críticas aos governantes que passaram pela cidade, ele afirma que o ‘povo cansou das práticas administrativas que afundaram Toritama’.
Edilson, diferentemente dos seus adversários na disputa em 2 de outubro, não tem a mesma tradição na política partidária local. No entanto, afirma que as qualidades e resultados conquistados no setor privado lhe dão base, e ajudaram numa possível administração pública municipal, a partir de 2017.
Do privado para o público
De uma cidade que ‘respira’ política eleitoral, o candidato diz lamentar por isso não se traduzir em ‘boas práticas políticas administrativas’. Para Edilson sua historia como administrador no setor privado dará sustentação para o projeto municipal e não ser de família tradicionalmente ligada à política tem lhe ajudado.
“Os gestores que têm passado por Toritama, foram reprovados pela população, onde não conseguiram reeleição, tiveram contas reprovadas, deixaram atrasos aos nossos negócios. Por isso, o que existe hoje é um sentimento de renovação, de mudança. As pessoas cobram por uma administração mais ordeira”, diz e classifica outros como “administração de improviso, gambiarra e puxadinhos”.
Pelo que denomina de ‘série de erros’ o candidato ainda classifica ex-gestores como ‘políticos medíocres’, reconhece que a falta de experiência na política pode ser questionada, mas assegura que o povo já reprovou os administradores que passaram.
“Como confiar nas pessoas que nos enganaram, traíram, não cumpriram com o prometido e afundaram a cidade?”, indaga e complementa mais à frente “As pessoas podem ter dúvidas da minha pessoa, não fui colocado à prova, testados, mas os outros foram e foram reprovados”.
Pesquisas e escolha de vice
O candidato garante que em pesquisas que, segundo ele, serão divulgadas nos próximos dias, já está posicionado à frente dos dois adversários, Lucinha Pereira (PSDB) e Odon Ferreira (PSB). De acordo com Edilson, a diferença inicial das primeiras pesquisas, se deram pela popularidade dos demais candidatos, por eleições anteriores.
“Não é fácil fazer uma campanha como eu faço. É a maior lisura do estado de Pernambuco, quiçá do Brasil. Não comprei um só voto, não prometi nenhum emprego por voto. Ter começado do zero, sair de 13%, 20%, depois 29% e hoje estar tecnicamente empatado, mas na margem à frente, é prova que as pessoas entenderam”, diz.
Os números ditos pelo candidato correspondem a supostas pesquisas que ele teria tido acesso.
Quanto ao candidato a vice, Romero Leal Filho, que é filho do ex-prefeito da cidade de Vertentes, ele assegura que foi escolhido após pesquisar, na região, ‘por o melhor modelo de administração pública’.
“Romero Leal tem de longe a melhor gestão de municípios de Pernambuco, principalmente no interior”, diz e complementa “Ter ele (Romero Filho) ao meu lado, soma e soma muito. Aceitação maciça na cidade, principalmente na periferia”, disse acrescentando ainda que, alguns nomes de Toritama não aceitaram o desafio, preferindo a disputa na vereança.
Mais ganha ou perde?
Um dos chavões mais usados para a política eleitoral “que é a arte de somar”, é rebatido pelo candidato, em críticas feitas diretamente ao ex-prefeito e adversário Flávio Lima. Durante um período, houve a especulação de que os dois pudessem formar uma união na cidade, com vistas ao pleito.
“Ele tem uma grande deficiência política”, disse e continua “Tivemos intermediadores e sabíamos da sua condição com contas reprovadas, condenado pelo tribunal, processos… e ficava difícil se apresentar como renovação com alguém que teve sua administração reprovada”.
Ainda sobre Flávio segue pontuando supostos erros administrativos.
“Ele permitiu que o hospital fechasse, não pagou aos funcionários da saúde nos últimos meses, o lixo tomando conta de Toritama… Esse jargão ‘política é a arte de somar’… Bem, muitas vezes essas adesões diminuem, apequenam. Temos que começar novas práticas politicas”, fala e justifica “É tudo farinha do mesmo saco. Mesmo grupo, mesmo povo que mudam cor da bandeira, mas continua com a mesma prática, reprovada pela população”.
Foco
Com um plano de governo pontuado em seis eixos, o candidato sustenta que sua prioridade será o desenvolvimento econômico do município.
“Toritama é uma cidade industrial. O SEBRAE apontou na ultima pesquisa que a cidade tem 2.380 empreendimentos, com 97% ligados diretamente às confecções. Não cuidar nos negócios é descuidar de toda a população”, frisa o candidato.
Dentro do planejamento, ele citou que criará o conselho de desenvolvimento econômico com empresários, para definir o norte da cidade, uma agência de exportação, em parcerias com o governo do estado, além de um centro de tecnologia em produção de jeans, entre outros.
Durante suas explicações, Edilson aproveitou para ironizar a adversária Lucinha Pereira (PSDB).
“Eu escrevi o meu plano. Eu não terceirizo minhas responsabilidades, diferentemente da outra candidata que colocou outras pessoas para escrever e houve equívocos, alguém achando que vai fazer de Toritama um polo cervejeiro, gastronômico, vai fazer visitação à orla, complexo habitacional de Itamaracá… Eu sei que pode existir erros, mas a candidata não leu? Tudo bem que ela terceirize, mas não leu? Eu quem escrevi e digitei o meu plano, letra por letra”, diz em referência a erros apresentados no plano de governo da tucana.
Educação em pauta
No seu plano de governo ainda tem a promessa para construção de quatro escolas com quadras poliesportivas cobertas. Para ele, os recursos são suficientes e cita projetos do governo federal, através do ministério da educação, que teriam se perdidos ‘pela incompetência dos administradores’.
“Não fazer escolas é vergonhoso. Há décadas que os prefeitos não constroem. Eles têm um pedido de desculpas a fazer em Toritama”, disse e completou mais a frente “O ministério tem interesse em fazer, com programas específicos. Não foi feito em Toritama por que não foram apresentados projetos, não foram preenchidos documentações, não deram sequencia aos programas do governo, isso é vergonhoso. Perdemos, literalmente”.
Ele finalizou afirmando que “ano após ano” a prefeitura vive inadimplente no CAUC (Cadastro Único de Convênio) o que teria afetado na busca de benefícios.
Por Ney Lima.