7 Pecados: 'Vaidade' para mudar técnicos atrapalhou ano do Sport Diretoria não deu ouvido às críticas sobre o desempenho da equipe sob o comando de Mazola Júnior e Vagner Mancini e perdeu um tempo precioso

Dos três técnicos que comandaram o Sport no Campeonato Brasileiro, Vágner Mancini foi o que menos deixou saudades na torcida. Foram 15 rodadas à frente do Leão, com o aproveitamento em torno de 30%. Rendimento que levou o clube a fazer uma das piores campanhas do primeiro turno. Prejudicado pela falta de entrosamento do time, o comandante não conseguiu dar um padrão tático a equipe e passou a ser vitima dos protestos dos rubro-negros e dos críticos, que cobravam a sua saída. As queixas contra o treinador chegou aos vestiários, quando o volante Marquinhos Paraná criticou o esquema usado por Vágner Mancini, ao informar que estava se desligando do Sport. Na ocasião, o atleta chegou a “profetizar” o rebaixamento da equipe caso não houvesse uma mudança de postura.
- O comportamento da equipe eu não acho correto. Claro que isso é uma orientação, não parte dos jogadores. A gente recebe uma orientação para ser cumprida e temos que cumprir. Tinha algum tempo que eu estava notando que existia algo errado. Você jogar em uma equipe que acabou de subir e ficar jogando em um esquema desses é complicado. Se continuar assim, o destino será a Série B, alertou o volante. Porém, acreditando que a analise negativa sobre o treinador era algo precipitado, a diretoria deixou-se levar pela vaidade e decidiu bater o pé e bancar a permanência de Vágner Mancini. Certos de que estavam com a razão, os dirigentes chegaram a afirmar que o técnico levaria o clube aos primeiros lugares na tabela. A defesa ao treinador foi tanta que, em um dos períodos mais tensos da passagem de Mancini pela Ilha do Retiro, quando o clube foi derrotado por 2 a 0 pelo Vasco, o presidente, Gustavo Dubeux, chegou a parabenizar o comandante. - Fiz questão de parabenizar o treinador, que segue à frente da equipe. Estamos evoluindo e fizemos um grande jogo - disse o dirigente após a derrota para o Cruz-Maltino, pela 15ª rodada. Apesar das evidências de que a manutenção do técnico contribuiu para que o clube não tivesse sucesso na competição, o presidente Gustavo Dubeux reafirmou que a decisão de segurar Vagner Mancini no Rubro-negro foi acertada e que a diretoria agiu certo ao não dar ouvidos ao críticos. - Muitos falam que era para ter tirado Mancini, assim como alguns falam que não era. A grande verdade é que ele teve o trabalho prejudicado porque tínhamos que refazer o plantel e precisávamos dar um tempo para ele. Não acho que erramos ou que demoramos a tirá-lo. Assim como não podemos tirar um treinador porque estão criticando, temos que ter planejamento.
A “teimosia” apresentada no Brasileiro lembra a passagem do técnico Mazola Júnior pelo clube. Depois de assumir o time na reta final da Série B do ano passado e garantir o acesso, o inexperiente treinador foi mantido no comando. O treinador passou a ser o principal alvo das queixas dos rubro-negros após a eliminação na Copa do Brasil, quando o Sport foi goleado pelo Paysandu, por 4 a 1, em plena Ilha do Retiro. Na ocasião, a diretoria tirou a responsabilidade de cima de Mazola e garantiu a permanência do mesmo até o final do Campeonato Pernambucano, mesmo com a visível falta de padrão de jogo do time e os incessantes protestos da torcida. Se o histórico foi parecido, o resultado foi exatamente o mesmo. Assim como acontecera no Estadual, quando o Rubro-negro não conseguiu derrotar o Santa Cruz na final, o clube também fracassou no Brasileiro e deixou claro o equivoco nas decisões unilaterais.