Temporada de 2012 vem sendo sofrível aos torcedores do Sport Eliminação precoce, perda do Estadual, e, atualmente, fazendo péssima campanha na Série A; o ano não vem sendo fácil para os rubro-negros

Por GLOBOESPORTE.COM Recife
Em Pernambuco, se a frustração vestisse cores, certamente ela estamparia o vermelho e o preto em seu uniforme. Íntimo dos insucessos nesta temporada, o torcedor do Sport tem convivido intensamente com a decepção. Sem técnico, com a presidência e direção técnica do clube sendo bastante criticada, e à porta da Zona do Rebaixamento na Série A, o Leão tenta encontrar um caminho para sair da crise, que por alguns momentos põe a cara fora da Ilha, mas parece ter fixado residência no lar dos rubro-negros. O GLOBOESPORTE.COM traz alguns fatores que vêm marcando o ano de 2012 para o Sport e as razões para o (péssimo) momento. Primeiro semestre a ser esquecido Após garantir o acesso à Série A deste ano (conquistado na última rodada da Segundona passada), a direção do clube decidiu pela manutenção do técnico Mazola Júnior. Jogadores que haviam sido importantes para a conquista acabaram deixando a Ilha, casos do zagueiro Gabriel e o atacante Bruno Mineiro, artilheiro da equipe na competição. A direção foi ‘às compras’ e trouxe atletas tarimbados no cenário nacional como o meio-campo Rivaldo, o atacante Jael e o volante Diogo Oliveira. Peças importantes na temporada passada também foram mantidas, como Marcelinho Paraíba e Thiaguinho. Em campo, o time não empolgava e o primeiro abalo com as arquibancadas aconteceu no dia 12 de abril, ao ser goleado, em plena Ilha do Retiro, pelo Paysandu (por 4 a 1) e ser eliminado na segunda fase da Copa do Brasil. Revoltados, os torcedores depredaram o ônibus do clube, mas apesar do vexame, o técnico Mazola Júnior foi mantido no cargo, mas acabou não resistindo ao que aconteceria um mês depois.
Mesmo longe de apresentar um futebol vistoso, o Sport conseguiu terminar a primeira fase do Pernambucano na primeira posição e após, eliminar o Náutico na semifinal, chegou à decisão contra o Santa Cruz com a vantagem de jogar por dois empates e decidir em casa. Na primeira partida, no Arruda, empate em 0 x 0. Veio o segundo jogo, a Ilha do Retiro se vestiu de esperança em recuperar a hegemonia no Estado, mas a derrota por 3 a 2 para o Santa Cruz não só custou o título como estremeceu o clube internamente. Mazola Júnior entregou o cargo e o Sport teve de iniciar a Série A sem treinador e sem o (ex) ídolo Marcelinho Paraíba, que, mesmo sendo eleito o melhor jogador do Pernambucano, acabou deixando o clube. Seis técnicos em 19 meses Para o lugar de Mazola, e após algumas negativas, a direção do Sport escolheu Vágner Mancini para comandar a equipe. O treinador chegou e bancou o afastamento de 15 jogadores, mas as contratações não chegaram de imediato, o que gerou insatisfação da torcida, que chegou a protestar na Ilha do Retiro cobrando os reforços. Os jogadores vieram, mas o futebol não emplacou. Após a derrota para o Figueirense (em plena Ilha), Mancini ‘entregou o boné’, deixando o clube com um desempenho insipiente de 15 partidas: três vitórias, quatro empates e oito derrotas, um péssimo aproveitamento de 28%. Com a saída de Mancini, a direção corre atrás do sexto treinador em menos de dois anos. Antes de Mancini, Geninho, Hélio dos Anjos, Mazola Júnior (2x) e PC Gusmão passaram, sem sucesso, na Ilha. O Caldeirão esfriou
Se num passado não muito distante os adversários temiam jogar na Ilha do Retiro, hoje se sentem bastante à vontade no habitat leonino. Só este ano já foram seis derrotas em casa: Ypiranga (0x1) e Santa Cruz (2x3) pelo Estadual, Paysandu (1x4) pela Copa do Brasil e Atlético-MG (1x4), Vasco (0x2) e Figueirense (0x1). No Brasileirão, o Sport somou apenas nove em 24 pontos disputados dentro de seus domínios. Mesmo contando com uma média superior a 17 mil torcedores por jogo, os rubro-negros não vêm se sentindo em casa. Como justificativa para o péssimo desempenho em seu próprio solo, o ex-técnico Vágner Mancini chegou a culpar o gramado (que foi completamente reformado e hoje se encontra entre os melhores do país), que estaria facilitando a vida de equipes mais técnicas. Com cara de 2009 A campanha atual do Sport carrega uma tenebrosa semelhança ao que foi realizado três anos atrás, em 2009, último ano do clube na Série A. Àquele ano, na 16ª rodada, o Leão ocupava a 18ª posição com 13 pontos conquistados, contabilizando três vitórias, nove derrotas e quatro empates. A reação esperada para o segundo turno não veio e terminou a competição rebaixado na condição de lanterna do campeonato. Reforços?? Para a atual temporada, o Sport investiu pesado em contratações. 25 jogadores chegaram à Ilha até o momento, mas poucos são os exemplos que fizeram valer o investimento. Nomes de peso como Cicinho, Hugo, Felipe Menezes, Gilberto e Henrique ainda não apresentaram futebol à altura do valor investido pelo clube, que tem uma folha salarial próxima aos R$ 1,8 milhões. Sistema defensivo... mesmo? O maior calo do Sport na temporada vem sendo a dificuldade em encaixar a defesa. Se outros anos o clube tinha como marca a força defensiva, capitaneado pelo zagueiro Durval e tendo os volantes Daniel Paulista e Hamilton como pilares à frente da zaga, este ano a meta do goleiro Magrão se transformou em alvo fácil aos adversários. Até agora, em 41 jogos disputados nesta temporada, foram 55 gols sofridos. A direção reconhece a necessidade de reforçar o setor, mas não encontra opções no mercado.