Mazola Júnior curte bom momento no Sport e relembra dificuldades O treinador dirigiu o Leão duas vezes este ano. Para ele, um dos momentos mais difíceis foi o "rebaixamento" ao cargo de auxilar técnico


Considerado um dos grandes responsáveis pelo acesso do Sport à Série A, o técnico Mazola Júnior começa a vivenciar os louros pela conquista de uma vaga na elite do futebol nacional. Nome gritado pela multidão, reconhecimento nas ruas, tapinhas nas costas são algumas das situações que não passavam na cabeça do treinador no inicio do ano quando era auxiliar técnico de PC Gusmão. Apesar do sucesso de hoje, Mazola se lembra bem do dia em que teve que sair do comando da equipe titular do Sport na primeira oportunidade que lhe foi dada este ano como treinador.
- Voltar a ser auxiliar técnico foi muito complicado. Até para me preservar, a diretoria decidiu me tirar do comando. Sinceramente, não esperava que o ano acabaria assim.
A maior dificuldade da temporada para Mazola, no entanto, foi espantar os olhares de desconfiança que recebeu quando voltou a dirigir novamente o Sport com a única missão de acabar o ano com dignidade.
- Quando o presidente me chamou e perguntou se eu aceitaria o desafio de colocar o Sport na Série A, em nenhum momento eu pensei duas vezes. Eu conhecia o grupo de jogadores e confiava na capacidade deles. Lógico que estávamos abalados pela derrota para o Náutico, mas tinha a certeza que o grupo iria reagir. Por isso, assumi esse desafio junto com meus atletas.


A aposta deu certo, os jogadores compraram a ideia do treinador e o Sport somou 13 pontos em 15 possíveis, obtendo assim o tão esperado acesso. Uma conquista que o treinador faz questão de dividir com seus antecessores.
- Essa conquista não é só minha. Tenho que agradecer ao PC Gusmão e ao Hélio dos Anjos, que contribuíram muito na formação deste elenco vitorioso.
Mas nenhum agradecimento se compara ao que treinador fez para sua esposa, Jacqueline Godói. A ela, Mazola credita toda a sua carreira. Afinal, quando mais precisou, foi na esposa que o técnico rubro-negro conseguiu o apoio necessário para seguir em frente.
- Quando o jogo acabou eu não conseguia pensar em outras coisas. Mas quando falei com meus familiares, lembrei de todas as dificuldades que passei até chegar aqui. Muito do que eu sou devo a minha esposa, que me ajudou em todos os sentidos quando eu não tinha emprego. Cheguei a ficar mais de três meses sem salário e ela segurou o barco.
“Amante” causa problemas com a esposa
Após o agradecimento, o treinador ainda fez questão de esclarecer um certo “namoro” extraconjugal. A mania de chamar a torcida rubro-negra de sua namorada já estava causando problemas em casa, e para não desagradar a esposa, Mazola resolveu se explicar.
- Vamos deixar esse negócio de namorada para lá. Eu fiz uma brincadeira que a torcida tinha tido uns amantes e o PC não gostou. Além disso, minha esposa já estava ficando com ciúmes dessa história. Mas quero deixar claro que minha eterna namorada é minha esposa.
O sucesso fez com que o treinador ficasse valorizado no mercado. Para Mazola, a chance de poder ter seu nome reconhecido, não faz com que sua vontade de continuar à frente do Sport mude.

- Sei que o acesso fez meu nome entrar no mercado. Mas, a minha vontade é seguir com o Sport ao menos até o fim do mantado do presidente. Gosto da cidade, me identifiquei com o clube e com a torcida, acho que é o momento de firmar como técnico do Sport.
Com o acesso, o treinador já começa a pensar em 2012. Porém, como o clube estava com uma situação indefinida até a última rodada da Série B, o técnico não teve tempo para pensar na reformulação do grupo.
- Esse negócio de elenco eu ainda não defini nada. Como estávamos até o sábado definindo nosso futuro, não teve como pensar em jogadores.