Recorde de prefeitos reprovados.

Nas eleições municipais de domingo passado, Pernambuco bateu um recorde: 74,45% dos prefeitos que tentaram um novo mandato receberam o cartão vermelho dos eleitores. Nem mesmo gestores ao final do segundo mandato conseguiram eleger seus sucessores. Os casos mais emblemáticos são Caruaru e Petrolina, isso sem falar em cidades como Olinda, onde o desgaste do prefeito Renildo Calheiros (PCdoB) arrastou a deputada Luciana Santos, também do mesmo partido, para a jaula dos leões.
E Luciana, vale a ressalva, aparecia em primeiro lugar em todas as pesquisas de intenção de voto. Nas urnas, entretanto, acabou em quarto lugar. Em Caruaru, Jorge Gomes, candidato do PSB apoiado pelo prefeito José Queiroz (PDT), também foi reprovado pelo eleitorado, ficando em quarto lugar, abaixo do delegado Erick Lessa (PR) e Raquel Lyra (PSDB), esta com passaporte carimbado para o segundo turno contra Tony Gel (PMDB) por uma diferença ínfima em relação ao delegado.
Em Salgueiro, santuário eleitoral do PSB, a legenda socialista perdeu o poder depois de controlar por 16 anos para o empresário Clebel Cordeiro (PMDB). Em Vitória de Santo Antão, o prefeito Elias Lira (PSD), numa disputa acirrada voto a voto do seu candidato Paulo Roberto (PSD) ante Aglailson Júnior, levou desvantagem e a Prefeitura volta para as mãos do PSB. A mais surpreendente derrota, no entanto, se deu em Limoeiro, onde o prefeito Thiago Cavalcanti (PTB), sobrinho do deputado federal Ricardo Teobaldo, perdeu para o tio Joãozinho, do PSB.
Na Grande Recife, apenas os prefeitos de Paulista, Júnior Matuto (PSB), de Abreu e Lima, Pastor Marcos (PSB), de Igarassu, Mário Ricardo (PTB), e de Araçoiaba, Joamy Alves (PDT), conseguiram se reeleger. Já na Zona da Mata Norte, formada por 19 municípios, somente os prefeitos de Tracunhaém, Belarmino Vasques (PR), e de Camutanga, Armando Pimentel (PB), saíram consagrados das urnas.
Ainda na Zona da Mata, derrotas emblemáticas, também, ocorreram em Timbaúba, reduto fechado do deputado federal Marinaldo Rosendo (PSB). Ali, a oposição emplacou o tucano Ulisses Felinto, enquanto em Carpina e Paudalho os prefeitos Carlinhos do Moinho (PSB) e José Pereira, respectivamente, sofreram derrotas acachapantes. Fugiram à regra, porém, prefeitos bem avaliados.
É o caso de Luciano Duque (PT), de Serra Talhada, que, embora tenha tido uma frente menor do que se esperava, foi reeleito sem dificuldades, caso semelhante a Arcoverde, município em que a socialista Madalena Brito impôs a maior e histórica derrota ao grupo do deputado federal Zeca Cavalcanti. Proporcionalmente, os prefeitos que receberam as maiores votações – Graça do Moinho (PSB), de Lagoa de Itaenga, com 88,7% dos votos, e José Patriota (PSB), de Afogados da Ingazeira, com 83,25% dos votos, não tiveram adversários competitivos, surfando numa eleição sem disputas.
A DERROTA DE FLORESTA– Em Floresta, a prefeita Rorró Maniçoba (PSB), embora com uma gestão beirando aos 70% de aprovação, não elegeu o sucessor porque o deputado Rodrigo Novaes (PSD), além de ter criado dificuldades para escolha de Isabela Maniçoba, a preferida pela prefeita, permitiu que um parente da família, Rinaldo Novaes, disputasse em faixa própria pelo PT. Com 1.125 votos, Rinaldo atrapalhou a vitória de Obadias Novaes, escolhido em comum acordo entre a prefeita e o deputado. Em tempo: Rinaldo é o atual vice-prefeito de Floresta, indicado por Rodrigo. Na prática, o deputado cavou a sua própria sepultura e contaminou Rorró.
do Blog do Magno Martins.