PSB e PCdoB ENTRE RECIFE E OLINDA.

Os partidos PSB e PCdoB compõem o histórico campo das esquerdas no Brasil, e as ligações de ambos os partidos, assim como o PT são nutridas por décadas, tanto ideologicamente, quanto administrativamente. Em Recife, o PCdoB já foi representado durante 8 anos tendo como Vice-Prefeito o médico Luciano Siqueira na gestão do petista João Paulo. Após a gestão, Luciano foi Vereador e Deputado Estadual e em 2012 foi eleito novamente Vice-Prefeito do Recife juntamente com Geraldo Julio, numa chapa idealizada pelo ex-governador Eduardo Campos, então Líder maior do PSB.
Em Olinda, o PCdoB já vêm governando a cidade há três gestões. Iniciando em 2001 com Luciana Santos que foi reeleita e fez seu sucessor, o impopular Renildo Calheiros. A eleição de Olinda está condicionada à de Recife. O Vice-Prefeito Luciano Siqueira é um político de diálogo e bom senso, tendo uma ótima relação com o Prefeito Geraldo Júlio. Porém, seu partido poderá sair da Frente Popular do Recife caso o PSB mantenha a candidatura de Antônio Campos à Prefeitura de Olinda. Uma coisa está diretamente ligada à outra.
No entanto, pesquisas das mais variadas fontes demonstram que os olindenses já estão insatisfeitos com a administração dos comunistas. Renildo Calheiros é hoje taxado como pior Prefeito que a cidade-patrimônio já teve. As mais recentes indicam uma prevalência de Antônio Campos (PSB) sobre os candidatos, sobretudo quando as pessoas ficam sabendo que o candidato é irmão do ex-governador Eduardo Campos.
Luciana Santos, hoje como Presidente Nacional do PCdoB, primeira mulher nesse cargo, pretende voltar à Prefeitura, mas será difícil aglutinar forças num governo que não atende o sentimento popular. Enquanto no Recife, Geraldo e Luciano caminham juntos baseados na respeitabilidade recíproca, na cidade conhecida como Marim dos Caetés o jogo político fica cada vez mais difícil. Os comunistas farão de tudo para não perder o cargo que comandam à uma década.
Normalmente, em cidades maiores e regiões metropolitanas, a relação entre Prefeito e Vice é baseada no respeito institucional e na confiança. Divergências políticas são inerentes, ideológica principalmente. Mas é raro vermos uma disputa ou mesmo troca de farpas como estamos acostumados no interior. Rara é a gestão em que ambos permanecem unidos até o fim.
É difícil conviver com um Vice que não dialogue e em Recife Eduardo escolheu a pessoa certa na hora certa.
FILIPE LUCENA acadêmico de direito