DEZENAS DE CAMINHÕES CIRCULAM TODOS OS DIAS CARREGADOS DE MADEIRAS SEM NENHUM TIPO DE FICALIZAÇÃO
A última edição da série de reportagens ‘Santa Cruz no Processo da Desertificação’ mostra que dezenas de caminhões carregados de maneira circulam diariamente, principalmente na PE-160 e BR-104 no trecho que liga a cidades de Jataúba a Toritama.
As sequelas provocadas pelo desmatamento em Santa Cruz do Capibaribe como em grande parte do interior do Agreste de Pernambuco é incalculável. Estão desmatando de mais e plantando de menos, tudo isso é estimulado pela falta de fiscalização.
O assunto também não tem sido pauta no meio político, até porque, muitas pessoas influentes estão por trás principalmente da extração clandestina de madeira. A maneira sempre é direcionada para panificadoras, lavanderias e outras empresas que utilizam a matéria prima.
Embora o comércio e o transporte sejam feita de maneira escancarada, como mostra o vídeo, não existem horários para destruir as florestas, as autoridades fecham os olhos diante do problema e os caminhões carregados parecem serem invisíveis.
Durante uma investigação que durou mais de três meses, a reportagem do Agreste Notícia flagrou diversos caminhões transportando a madeira. Pessoas comercializando o material em uma espécie de feira livre de madeira as margens da rodovia BR-104 em Toritama.
A média de preço da carrada de madeira vária de R$ 1.800,00 a R$ 2.200,00 dependendo da forma de pagamento. O volume de desmatamento na Região é bem maior do que tem sido plantado e cultivado, causando um impacto muito forte no clima. De acordo com o Departamento de Meio Ambiente, as chuvas nos meses Abril, Maio e Junho desse ano, foram muito abaixo da média.
O processo de desertificação já é possível observar a olhos nu em muitas regiões do interior do Agreste que é uma das principais áreas afetadas pela estiagem que já se estende a mais de quatro anos, que também é a Região do Brasil que tem a menor disponibilidade de recursos hídricos, tendo em vista que, a ONU (Organizações das Nações Unidas) considera que 1.500m3 é o mínimo de disponibilidade de água por habitante/ano para impactar positivamente o desenvolvimento econômico e social, porém no Agreste a disponibilidade é de apenas 800m3 de água por habitante/ano.
Enquanto a situação se agrava ainda mais, é possível se deparar diariamente, principalmente no turno da noite, com caminhões carregados de madeira, muitas delas de forma ilegal pelas rodovias que interligam o Polo de Confecções.
É preciso que os políticos promovam um debate sobre o assunto, a fim de estimular o combate a exploração ilegal de nossas florestas, desenvolvendo um planejamento estratégico, de articulação e ação efetiva para evitarmos que a situação se agrave ainda mais, caso contrário os resultados serão ainda mais devastador em um futuro bem próximo.