Laudo sobre causa de incêndio no Complexo do Curado será divulgado em até 30 dias
O Instituto de Criminalística (IC) tem 30 dias para apontar a causa do incêndio que atingiu, na madrugada de ontem, uma ala do Pavilhão A do Presídio Agente de Segurança Penitenciário Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa), no Complexo Prisional do Curado, Zona Oeste do Recife. As chamas, iniciadas por volta da 0h30, resultaram na morte de dois detentos, Reginaldo Francisco da Silva, 36 anos, e Manoel Alexandre Ludugero, 33. Todos os objetos pessoais dos presos e grande parte da área ficaram destruídos.
Na ala atingida pelo fogo estavam alojados 520 homens. Eles foram transferidos temporariamente para o espaço onde funciona a igreja do presídio. De acordo com a Secretaria-executiva de Ressocialização (Seres), a limpeza e a restauração das instalações começaram já na manhã de ontem. Os detentos, que estão ajudando na recuperação do local, devem retornar à ala ainda esta semana.
A causa das mortes está sendo investigada pelo delegado João Paulo Andrade, da 4ª Delegacia de Homicídios. Segundo ele, o Instituto de Medicina Legal (IML) também tem 30 dias para divulgar o resultado da perícia nos corpos. “As vítimas foram encontradas sem sinais de violência. Um corpo foi localizado por volta das 3h e o outro, perto das 6h”, informou. Eles estavam em celas separadas, mas ambos estavam dentro de uma caixa d’água, provavelmente para tentar se proteger das chamas. “Próximo ao corpo de um deles, havia um isqueiro, o que levanta suspeitas de que o incêndio pode ter sido intencional. Ouviremos as testemunhas e solicitaremos as imagens das câmeras do presídio para investigar a causa”, informou o delegado.
De acordo com a Seres, um curto-circuito também pode ter provocado o fogo. O Corpo de Bombeiros foi acionado e enviou quatro viaturas de combate a incêndio e uma de resgate para o local. Equipes do órgão realizaram um levantamento dos danos e, se confirmado o curto-circuito, os detentos poderão receber um indenização pelas perdas materiais.
do jc online.