CPI nacional debate alta violência contra juventude negra em Pernambuco
A CPI criada na Câmara Federal para apurar as causas da violência e da morte de jovens negros no Brasil encerrou o seu trabalho de ouvir ideias e propostas em Pernambuco, nesta segunda-feira (17). O encontro com representantes do governo, do Ministério Público e da sociedade civil na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) foi a última audiência pública antes da apresentação e votação do relatório do colegiado, nesta terça-feira (14), em Brasília.
O Cabo de Santo Agostinho é o município mais vulnerável do País para a juventude negra, segundo o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial, divulgado em maio pelo governo federal em parceria com a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Pernambuco fica em terceiro lugar no ranking dos estados. O estudo mostra que as chances de um jovem negro ser assassinado em Pernambuco são 11,5 vezes maior do que a de um jovem branco.
"O estudo revela um quadro preocupante. Pernambuco melhorou nos dados, mais ainda está numa situação que requer atenção. Os governos municipal, estadual e federal precisam agir em conjunto para elaborar políticas públicas que possam reverter esse quadro", defende o deputado federal Betinho Gomes (PSDB-PE), autor do requerimento para que a CPI realizasse uma audiência em Pernambuco.
No relatório do colegiado, que será apresentado nesta quarta, serão apresentadas cinco metas nacionais para serem cumpridas no prazo de dez anos. O documento também vai sugerir a criação de um fundo nacional de promoção da igualdade racional no País.
"A violência hoje, sobretudo o homicídio, gira em torno da juvendude negra, principalmente da juventude negra e pobre. Por isso, ela requer uma ação especial", explica Betinho.
O presidente da CPI, Reginaldo Lopes (PT-MG), a relatora, Rosangela Gomes (PRB-RJ), e os deputados federais Pastor Eurico (PSB-PE) e Delegado Edson Moreira (PTN-MG), também participaram da discussão.
Entre os deputados estaduais, marcaram presença o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alepe, Edilson Silva (PSOL), o deputado Bispo Osséssio Silva (PRB), que lançará em agosto a Frente Parlamentar de Combate ao Extermínio da Juventude Negra, e a deputada Teresa Leitão (PT).
do Jc Online.