Comissão acatou justificativas da chapa de oposição e pleito acontece no dia 7 Joaquim Bezerra e Antônio Luiz Neto serão adversários na eleição coral

Ficou a sensação de “acabou em pizza”. Uma manobra por cima do estatuto para evitar complicações além das já existentes. E para deixar com o eleitor a decisão para o futuro do Santa Cruz ao longo do próximo biênio. A secretaria do clube divulgou, ontem à tarde, um ofício de deferimento do registro do grupo “Ética e Profissionalismo”. Com a anulação da impugnação da oposição tricolor, inicialmente sugerida por causa de uma série de irregularidades da lista de conselheiros, Joaquim Bezerra foi liberado para bater chapa contra Antônio Luiz Neto, candidato à reeleição, dia 7 de dezembro. Motivos, entretanto, não faltaram para barrar o postulante à presidência. Depois da inscrição oficial, Joaquim Bezerra contou com a benevolência do prazo para entregar, por duas vezes, novas relações dos candidatos a membro do Conselho Deliberativo. O ato feriu o estatuto. Diz o parágrafo 4º, da seção sobre registro de chapas: “Caso seja rejeitado o registro com a devida modificação, será concedido um prazo de 24 horas, da ciência da rejeição, para que o candidato à presidência proceda à substituição exigida”. O grupo opositor fez uma primeira substituição da lista. Mesmo assim, o documento voltou a apresentar erros (18, ao todo), como nomes fora do quadro social da instituição, em categorias inelegíveis (prata, por exemplo), com o CPF incorreto e até denúncia de falsificação de assinatura. Para concorrer, a chapa fez adequações e uma segunda substituição de nomes. Entrou em discordância com o parágrafo 5º da mesma seção: “Sendo novamente rejeitado o registro com a devida motivação, a chapa não poderá mais participar da eleição.” A composição de Joaquim Bezerra entregou uma lista de conselheiros com a quantidade mínima exigida (100, sendo 50 efetivos e 50 suplentes). O assessor jurídico da secretaria coral, Pedro Avelino, responsável por dar o parecer favorável ao deferimento, disse ter feito prevalecer o princípio democrático. “Como não cabe recurso, chegou-se à decisão para evitar um imbróglio jurídico. Como não houve pedido de impugnação do grupo opositor por parte da chapa da situação, a secretaria ficou livre. Foi uma conclusão sem qualquer parcialidade”, declarou. Sem aparentar surpresa, mas aparentemente incomodado com o resultado, o presidente Antônio Luiz Neto preferiu não dar declarações. Já a oposição comemorou. “Queremos a decisão das urnas”, afirmou Joaquim.