OLIMPÍADAS: Brasil x Egito - Com Mano Menezes pressionado, Seleção inicia a caminha para os Jogos de Londres
A hora da verdade finalmente chegou para Mano Menezes. Contratado para montar uma grande seleção brasileira para a Copa do Mundo de 2014, o treinador sobreviveu ao fiasco na Copa América da Argentina, no ano passado, mas sabe que dificilmente sobreviverá a um fracasso nos Jogos Olímpicos de Londres.
Se vencer o torneio, receberá os louros por ter conseguido levar o País a um título inédito. Se perder, a conta deverá ser paga na forma de demissão. Para Mano e sua turma, é muito importante começar o torneio com uma vitória sobreo Egito, em Cardiff, no País de Gales, nesta quinta-feira, às 15h45 (horário de Brasília).
É vencer ou vencer
Nenhum outro time disputará o torneio olímpico sob tanta pressão quanto o Brasil. Nem a Espanha, que tem ganho um troféu atrás do outro, ou a Grã Bretanha, a dona da casa. Para essas seleções, deixar de ganhar o título será algo desagradável, não mais do que isso. Para a seleção, no entanto, o cenário é bem diferente. É medalha de ouro no peito ou crise.
Mano Menezes é um homem esperto e sabe bem no que está se metendo. E para não aumentar ainda mais a temperatura do caldeirão em que mergulhou, ele trata em suas declarações públicas de minimizar a pressão pela conquista do título olímpico.
"Tradicionalmente o Brasil é sempre o favorito, mas já ganhamos e já perdemos como favoritos. Na fase de grupos, nosso objetivo é ir às quartas de final, não se pode fazer mais do que isso. Se formos bem, vamos tentar alcançar mais", disse Mano em sua última entrevista antes da estreia.
"Penso que a cobrança é proporcional a quem ocupa este cargo. Não tenho e nunca tive ilusões quanto a isso. É preciso conhecer as responsabilidades, cobranças e saber conviver com elas. E não tenho do que reclamar "
O que Mano está louco para descobrir é se o bom futebol que sua equipe olímpica mostrou nos amistosos da excursão pela Alemanha e pelos Estados Unidos, especialmente na partida contra a Argentina, vai se repetir em um jogo que vale três pontos. O técnico passou os últimos dias dizendo que a seleção chegou à estreia nos Jogos do jeito que ele queria, com entrosamento e senso coletivo bem desenvolvido.
É evidente que o treinador espera muito de Neymar, sua maior estrela, mas não só dele. Mano aposta todas as suas fichas em uma maneira de jogar muito agressiva, com marcação por pressão para roubar a bola perto da área adversária. Outra característica adquirida pela seleção, e que tem dado bons resultados, são as constantes trocas de posição de Neymar, Hulk e Oscar, que confundem as defesas.
Começo dos problemas
A única coisa que deixa o treinador preocupado é o goleiro. A lesão de Rafael, há três dias da estreia, pegou Mano no contrapé e ele se viu obrigado a confiar em Neto, um goleiro que jamais disputou uma partida pela seleção, nem mesmo nas categoria de base. Para o técnico, é fundamental que Neto tenha uma atuação segura diante dos egípcios para ganhar confiança. Do contrário, haverá sofrimento até o fim da Olimpíada.
Confiança egípcia
Se há uma coisa que não falta ao adversário desta quinta-feira da seleção brasileira é ambição. Os egípcios colocaram na cabeça que não podem perder na estreia nos Jogos Olímpicos, e estão convencidos de que não será tão complicado assim roubar pelo menos um ponto da equipe de Neymar. Para eles, o empate por 1 a 1 entre os dois países no Mundial Sub-20 do ano passado (por coincidência também na primeira rodada) serve como inspiração.
"É preciso dizer que evitar a derrota não será uma missão difícil", falou o treinador Tareq Al-Said. "A seleção sub-20, que tinha vários jogadores que estão no time olímpico, empatou com o Brasil. Não será uma grande surpresa se não perdermos."
Além da força da equipe brasileira, o Egito terá de driblar seus próprios problemas. Todos os 18 jogadores inscritos na competição jogam no país e o futebol egípcio está sem atividades desde fevereiro, quando 74 torcedores morreram em um confronto ocorrido em uma partida entre o Al Masry e o Al Ahly.
O veterano meia-atacante Aboutrika estava naquela partida e ficou tão abalado com a tragédia que chegou a dizer que nunca mais jogaria futebol. Mas mudou de ideia e agora é um dos três jogadores com mais de 23 anos do elenco.
Fase de Grupos Rodada
1ª Data
26/07/2012 Horário
15h45 Local
Estádio Millenium em Cardiff (País de Gales) Árbitro
Gianluca Rocchi (Fifa/Itália).
Brasil
Neto;
Rafael, Thiago Silva, Juan e Marcelo;
Sandro, Rômulo e Oscar; Neymar,
Hulk e Leandro Damião.
Técnico: Mano Menezes
Egito
El Shenawy;
Fathi, Hegazy, Gaber e Eldin;
Hassan, Ahmed, Meteab e Aboutrika;
Mohsen e Salah
Técnico: Tareq Al-Said.