O dia 23 de junho de 2012 ficará para sempre na memória e na parede da casa do volante Derley, do Náutico. Apesar da goleada sofrida para o Atlético-MG, no estádio Independência, o jogador tem um motivo bem pessoal para ignorar o placar de 5 a 1 contra a sua equipe. Ele foi o marcador individual de Ronaldinho Gaúcho, “o cara” do futebol brasileiro, na sua opinião. Derley só conhecia o meia pela televisão, costumava ser o seu "técnico" ao jogar videogame, mas a lembrança agora é maior.
Orgulhoso por ter marcado o jogador que foi eleito por duas vezes o melhor do mundo, Derley deixou o gramado com um prêmio: a camisa com a qual R49 marcou o primeiro gol pelo Atlético-MG (veja no vídeo acima), justamente na partida que marcou a estreia do meia diante da torcida alvinegra.

Ao fim do primeiro tempo, o Galo vencia o Náutico por 2 a 1, com o segundo gol marcado pelo craque alvinegro, de pênalti. Derley, como um autêntico carrapato, não desgrudou de Ronaldinho nem no intervalo. Se com a bola rolando a marcação não surtiu o efeito desejado pelo Timbu, depois valeu o "prêmio".
- Nem imaginava antes do jogo em pedir a camisa a ele. Sabia que iria marcá-lo e me preocupei somente com isso. Mas eu estava perto dele quando o juiz apitou o fim do primeiro tempo, então não perdi a oportunidade e logo pedi. Pensei “Essa é minha de qualquer jeito”. Ele foi muito humilde, gente boa, e me entregou a camisa.
Ele (R49) é um ícone do futebol"
Derley
Curiosamente, Derley e Ronaldinho se estranharam durante os primeiros 45 minutos, chegando a discutir em campo.
- O que discutimos foi coisa de jogo e ficou ali. Tenho um respeito muito grande por ele, que é um ícone do futebol.
Sobre a camisa, que já está guardada em casa, o volante disse que ela terá um lugar de destaque na sala de troféus.
- Tenho uma camisa do Inter e uma do Náutico emolduradas em quadros. E agora terei uma do Atlético-MG na mesma parede. Não sou colecionador de camisas. Só troco para dar para amigos e parentes. Mas essa é especial porque é a que o homem fez o primeiro pelo Atlético-MG. Essa não sai da minha casa nunca mais. Está guardada a sete chaves enquanto não faço o quadro.
'Nem se a Dilma me pedir'

A camisa agradaria a qualquer colecionador fanático. Mas Derley já adianta que não há oferta nem dinheiro no mundo que fará com que ele se desfaça da peça.
- Não dou, não troco, não vendo por nada. Essa é minha. Nem se a presidente Dilma me pedir eu dou. Podem me oferecer um caminhão de dinheiro que não vendo. É uma lembrança positiva para mim, que tenho apenas quatro anos como profissional. Nunca imaginei que marcaria o Ronaldinho Gaúcho, que só via no videogame e na televisão.
Vivendo um momento de realização pessoal com o nascimento do primeiro filho, Bernard, há 20 dias, Derley já faz planos. Tão logo o herdeiro comece a entender sobre futebol, mostrará a camisa de R49 e contará sobre o dia em que marcou o craque.
- Quando ele crescer e entender melhor as coisas, vou mostrar e explicar quem foi Ronaldinho Gaúcho. Ele vai contar para os amigos que o pai marcou um dos melhores jogadores do mundo. Apesar de termos perdido, creio que fiz um bom trabalho na partida. É isso que fica na memória.